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Política

Dilma defende Petrobras e promete apuração e punição rigorosa

14 abr 2014 - 14h50
(atualizado às 15h29)
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Presidente Dilma Rousseff participa de cerimônia alusiva à viagem inaugural do navio Dragão do Mar
Presidente Dilma Rousseff participa de cerimônia alusiva à viagem inaugural do navio Dragão do Mar
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR / Divulgação

Em momento delicado após a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff (PT) inaugurou, nesta segunda-feira, o terceiro navio petroleiro Dragão do Mar, no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco, e defendeu a estatal. “Nada, nem ninguém, vai conseguir destruir a imagem da Petrobras, a maior e mais bem sucedida empresa brasileira”, disse ela.

“A Petrobras jamais vai se confundir com qualquer mal feito ou corrupção de pessoas das mais às menos graduadas”, declarou Dilma. “O que tiver de ser apurado e punido serão com o maior rigor”, acrescentou a presidente.

O governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB), ao contrário dos discursos do seu antecessor, o pré-candidato à Presidência Eduardo Campos, afagou a gestora e creditou a ela e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parte do desenvolvimento da indústria naval no Estado. “Quero agradecer o seu empenho e ao do ex-presidente Lula, que sempre continue a trajetória de desenvolvimento no seu governo”, disse. 

Além de Dilma e Lyra Neto, estiveram presentes a presidente da Petrobras, Graça Forster, o presidente da Transpetro, Sergio Machado, além dos senadores Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB) e os deputados federais Paulo Rubem (PDT), Pedro Eugênio (PT), João Paulo Lima (PT), Fernando Ferro (PT), José Augusto Maia (PROS) e Luciana Santos (PCdoB), além da presidente estadual do PT, deputada estadual Teresa Leitão.

Os ministros-chefes da Secretaria de Portos, Antônio Henrique Silveira, da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann, e o ministro da Integração Social, Francisco Teixeira, também participaram. Silveira vai observar os investimentos realizados no Estaleiro, enquanto Teixeira segue para o Sertão.

No evento, também foi batizado o petroleiro Henrique Dias, quarto navio da série de encomendas da Transpetro ao EAS. No ritual, a madrinha quebra uma garrafa de champanhe na embarcação e desejou boa sorte ao navio e seus tripulantes. Cerca de 6 mil trabalhadores acompanharam a cerimônia.

A última vez que a petista foi a Pernambuco foi em 17 de dezembro de 2013, quando inaugurou a plataforma P-62, da Petrobras, no Complexo de Suape. O equipamento é utilizado para extração de petróleo em águas profundas.

À época, Dilma e Campos já estavam em campos opostos, após o desembarque do PSB do governo federal, mas, apesar disso, foram diplomáticos em suas declarações. Posteriormente, o ex-governador começou a adotar um discurso para mais crítico a gestão da presidente.

Navio

O Dragão do Mar é a sétima embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a entrar em operação e o terceiro petroleiro suezmax produzido pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), no Complexo de Suape. 

O navio tem 247,2 metros de comprimento, 48 metros de largura e 51,2 metros de altura. Seu calado chega a 17 metros e são 23,2 metros de pontal (distância entre o fundo e o convés). Sua capacidade de transporte é de 157,7 mil de toneladas de porte bruto (TPB), com 14 tanques, sendo 12 de cargas e dois de sobra.

O petroleiro faz parte dos 22 navios encomendados pela Transpetro ao EAS em 2007. Os dois primeiros petroleiros - João Cândido e Zumbi dos Palmares - foram entregues em 2012 e 2013, respectivamente, após problemas de atrasos.

"O início das operações do Dragão do Mar e o batismo do Henrique Dias simbolizam uma nova fase, em que produção em série e qualidade do produto final andam juntas. Isso é inédito na história recente da indústria naval brasileira", destacou Machado.

Agendas

A presidente segue junto ao governador João Lyra Neto (PSB) e a bancada governista para Serra Talhada, no sertão do Estado - a 415 quilômetros do Recife -, onde vai inaugurar a primeira etapa e assina a ordem de serviço para o início das obras da segunda etapa da Adutora do Pajeú. Além disso, a presidente lança o edital para a construção do Ramal do Agreste, que levará água da Transposição para a Adutora do Agreste, que abastecerá 60 cidades do Estado.

No mesmo momento, o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), lança oficialmente a candidatura à Presidência da República, em Brasília, ao lado da provável vice, a ex-ministra Marina Silva (PSB). Por questão protocolar, Lyra Neto não participa do evento, ciceroneando a presidente.

Nos bastidores, esta agenda foi vista como uma provocação ao ex-governador, visando à divisão de atenções com o evento socialista na capital federal. Contudo, os petistas têm como estratégia, desde o rompimento com o PSB e o discurso dos ex-aliados de omitir o apoio do governo federal em obras no Estado, demarcar território e reclamar a “paternidade” de obras realizadas com recursos federais em Pernambuco.

Fonte: Especial para Terra
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