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Política

Dilma diz ao Senado que sente "gosto amargo da injustiça"

29 ago 2016 - 10h45
(atualizado às 10h50)
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A presidente afastada, Dilma Rousseff, começou a apresentar suas alegações finais no julgamento político pelo qual passa no Senado e afirmou que sente "o gosto amargo da injustiça e do arbítrio".

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Foto: EFE

No plenário, diante dos 81 senadores, dirigidos pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que atua como fiador constitucional do processo, Dilma reiterou sua inocência e afirmou que não se deve esperar dela "o obsequioso silêncio" frente "aos covardes que pretendem atentar com o Estado de Direito".

"Estamos a um passo da consumação de uma grave ruptura institucional, de concretizar um verdadeiro golpe de Estado", declarou.

"Venho olhar diretamente nos olhos de suas excelências e para dizer com a serenidade de quem nada tem que responder que não cometi crimes de responsabilidade", disse.

Dilma insistiu que é acusada "injusta e arbitrariamente" e reiterou que as acusações de que cometeu pedaladas fiscais são "pretextos para derrubar um governo legítimo" e "viabilizar um golpe" com amparo na Constituição.

A presidente afastada lembrou que seu compromisso político remonta aos anos de luta contra a ditadura militar, quando foi torturada e presa, um período no qual "tinha medo da morte e das sequelas da tortura".

"Mas não cedi, resisti", frisou.

"Aos quase 70 anos, após ser mãe e avó, nunca renunciaria aos princípios que sempre me guiaram: Tenho um compromisso com meu país, com a democracia e o Estado de Direito".

"Fui intransigente na defesa da honestidade e da gestão pública", ressaltou.

Dilma alegou que não luta pelo "mandato, por vaidade ou apego ao poder".

"Luto pela democracia, pela verdade e a Justiça, pelo povo do meu país", disse.

EFE   
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