Dilma diz entender que EUA investiguem Petrobras
A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira em Doha, no Catar, que a Petrobras "está cotada na Bolsa de Nova York, e é parte das regras do jogo que seja investigada" pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Em entrevista coletiva durante sua visita oficial ao país do Oriente Médio, Dilma declarou que os EUA "têm que inspecionar se há cidadãos americanos envolvidos em alguma irregularidade".
As autoridades americanas investigam se a Petrobras, seus funcionários, intermediários ou terceirizados violaram a Lei de Práticas Corruptas no exterior, uma legislação que proíbe o suborno de funcionários estrangeiros para a obtenção de contratos.
As investigações se centram no suposto pagamento de subornos milionários a dezenas de políticos por parte de construtoras que obtiveram contratos com a companhia entre 2004 e 2012.
A estatal se manifestou por meio de nota: "a Petrobras esclarece que desconhece qualquer investigação que esteja sendo feita no âmbito do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) ou da Securities and Exchange Comission (SEC)".
Dilma explicou que não vai abordar esse assunto com o presidente dos EUA, Barack Obama, durante a cúpula de líderes do G20 no próximo fim de semana em Brisbane (Austrália) porque, segundo ela, "esses temas são tratados bilateralmente".
Na cúpula do G20, Dilma terá um encontro com Obama, o primeiro realizado de maneira formal entre os dois líderes desde a divulgação de um escândalo de espionagem que estremeceu a relação entre os dois governos em 2013.
O conflito diplomático surgiu depois de o ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA) americano Edward Snowden denunciar que Washington tinha espionado as comunicações pessoais de Dilma, assim como de ministros e de empresas brasileiras, como a própria Petrobras.