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Política

Dilma diz que ação de mascarados é 'barbárie' e pede ação da Justiça

30 out 2013 - 10h23
(atualizado às 20h38)
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<p>Dilma Rousseff</p>
Dilma Rousseff
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

A presidente Dilma Rousseff cobrou nesta quarta-feira que a Justiça e os órgãos responsáveis impeçam a ação violenta de manifestantes mascarados, que tem ocorrido nos últimos meses, principalmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo, e considerou esses atos uma "barbárie". "Eu defendo qualquer manifestação democrática, agora, sem sombra de dúvidas, eu acredito que a violência dos mascarados não é democrática, é antidemocrática, uma barbárie, e acho que tem que ser contida", disse Dilma em entrevista por telefone a rádios do Paraná, Estado que visitou na véspera para anunciar investimentos em mobilidade urbana.

"É necessário que tanto a Justiça como os órgãos responsáveis coíbam essa violência, garantindo à população que não haja nem violência física contra pessoas nem ataques ao patrimônio público ou privado", acrescentou Dilma, que já havia criticado no fim de semana a ação de grupos conhecidos como black blocks, que atuam mascarados e cometem depredações nas ruas, frequentemente entrando em confronto com a polícia.

Em sua conta no Twitter, a presidente prestou solidariedade no sábado a um coronel da Polícia Militar que foi agredido em São Paulo, e disse que as forças de segurança têm a "obrigação de assegurar que as manifestações ocorram de forma livre e pacifica".

Os manifestantes mascarados têm atuado em diferentes protestos pelo País desde as enormes manifestações de junho em diversas cidades, que reuniram mais de 1 milhão de pessoas num único dia de protestos.

Os black blocks travaram diversos confrontos com a polícia do Rio de Janeiro nas últimas semanas, durante manifestações de professores por aumento de salário, e também estiveram presentes nos protestos contra o leilão da área petrolífera de Libra, realizado na capital fluminense, na última semana. Em São Paulo, o grupo foi responsabilizado pela polícia por agredir um coronel da PM durante manifestação do Movimento Passe Livre (MPL), no centro da cidade, na semana passada. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritiba,

SalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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