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Política

Dilma diz que rebaixamento da Petrobras é "falta de conhecimento"

25 fev 2015 - 12h11
(atualizado às 12h54)
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A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que o rebaixamento do rating da Petrobras para grau especulativo pela agência de classificação de crédito Moody's representa "falta de conhecimento" e garantiu que a estatal vai se recuperar.

Presidente Dilma Rousseff em cerimônia no Palácio do Planalto 13/02 2015.
Presidente Dilma Rousseff em cerimônia no Palácio do Planalto 13/02 2015.
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

"Acho que é uma falta de conhecimento direito do que está acontecendo na Petrobras", disse Dilma a jornalistas em Feira de Santana (BA), onde participou de evento do Minha Casa Minha Vida. "Agora, não tenho dúvida que a Petrobras vai ser uma empresa com grande capacidade de se recuperar disso, sem grandes consequências."

A Moody's cortou o rating da dívida em moeda estrangeira da Petrobras na terça-feira em dois degraus, de "Baa3" para "Ba2", citando as investigações sobre corrupção e pressões de liquidez que podem resultar do atraso da divulgação das demonstrações financeiras auditadas.

A empresa, que está no centro de um escândalo bilionário de superfaturamento de contratos envolvendo funcionários, empreiteiras e políticos, publicou o balanço do 3º trimestre atrasado e não auditado e agora corre contra o tempo para publicar o do 4º trimestre com baixas contábeis.

A agência de risco manteve o rating da petroleira em revisão para novo rebaixamento.

"O governo sempre vai tentar evitar o rebaixamento, isso é absolutamente natural. Nós só lamentamos que não tenha tido correspondência por parte da agência, mas acho que isso está superado", afirmou a presidente ao ser perguntada sobre a atuação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, frente a agência.

Em reação ao rebaixamento, as ações da Petrobras recuavam cerca de 7 por cento nesta quarta-feira.

DIESEL E AJUSTES

No momento em que o país enfrenta bloqueio de estradas por protestos de caminhoneiros que reclamam de preços baixos de frete e alto custo dos combustíveis, a presidente disse que o governo não tem como baixar o preço do diesel e afirmou ainda que não há aumento previsto de combustível.

"Não mexemos (no preço dos combustível), o que fizemos foi recompor a Cide, isso nós fizemos. Não elevamos uma vírgula o preço dos combustível nem abaixamos, porque... a política sempre é melhor em relação ao combustível quando ela é estável, o que não é possível é submeter o país aos altos e baixos da política de petróleo, se voltar a subir, também não pretendemos mexer no preço", disse.

Dilma justificou ainda os ajustes necessários nas contas para que o país entre em um novo ciclo.

"O que nós estamos fazendo é preparando o Brasil para um novo ciclo de crescimento. Nosso compromisso é um só: emprego, salário e renda para as pessoas", disse.

Durante discurso na entrega de moradias do programa, a presidente já havia defendido a necessidade de ajustes para dar condições a um novo ciclo de desenvolvimento econômico e para que o país "continue a crescer de forma mais acelerada".

A nova equipe econômica do governo tenta reequilibrar as contas públicas para recuperar a confiança dos investidores no país num difícil quadro de crescimento fraco e inflação alta, e em meio ao escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras e grandes empreiteiras do país.

(Por Maria Pia Palermo)

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