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Política

'Dilma está derretendo', diz Serra sobre popularidade

Serra e FHC divergiram sobre efeitos da queda de popularidade da petista nas eleições, mas defenderam alternância de poder "no governo federal" --no estadual, PSDB está há 20 anos

28 mar 2014 - 19h45
(atualizado às 20h17)
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Lideranças no PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador de São Paulo José Serra divergiram nesta sexta-feira, em evento na capital paulista, sobre os efeitos da recente queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT) na eleição de outubro. Serra e FHC participaram de um debate sobre os 50 anos do golpe militar que os fez exilados políticos, na década de 1970, na fundação Instituto FHC.

Para Serra, a queda de 43% para 36% na popularidade da petista - segundo pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) - revela que "a presidente Dilma Rousseff está derretendo, do ponto de vista político". "É evidente isso", constatou. Para o ex-governador e ex-ministro da Saúde no governo FHC, a avaliação “tem peso determinante na eleição”.

Já Fernando Henrique, para quem “o governo e a economia vão mal, mas não acho que seja um desastre", a queda de popularidade da presidente não reflete, neste momento, no plano eleitoral.

"A população não está pensando em eleição. Só se começa a ver realmente a possibilidade (de afetar) quando começar a campanha", disse. "Na tradição, na cultura brasileira, o outro lado nunca aparece: só aparecem crime, futebol, esporte e governo, o povo só vê um lado - até que chegue campanha, que é quando você dá uma chacoalhada." FHC lembrou que, quando saiu candidato à presidência pela primeira vez, em 1994, os índices dele em pesquisas realizadas em maio o teriam feito desistir, não fosse a precocidade delas. "Pesquisas são importantes, mas não definem certo o que vai acontecer", opinou.

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Tucanos defendem "alternância no poder"

Por outro lado, as duas lideranças tucanas defenderam que haja alternância de poder - referência ao fato de o PT completar, após Lula e Dilma, três mandatos (ou 12 anos) seguidos no comando do Executivo federal.

"Na democracia, há momentos em que se precisa de ar, de respirar, sobretudo no plano federal, onde estamos em um momento de fadiga", disse. "Não sou derrotista, mas acho saudável que haja alternância de poder, e a unidade dos dois permite isso", declarou, referindo-se às conversas entre Aécio Neves, candidato do PSDB à corrida presidencial, e Eduardo Campos, nome do PSB.

Serra ironizou: "todo mundo é a favor de alternância exceto quando é consigo”. Em seguida, emendou: "mas a taxa de resistência do PT (para alternar) é acima da média”. Questionado se a alternância defendida vale também para o governo de São Paulo - onde o PSDB está no poder há quase duas décadas -, o tucano respondeu: "não há uma lei dizendo que precisa haver alternância, mas a questão é como você se comporta. Aqui (no Estado de São Paulo) não há nenhuma máquina sendo usada de maneira esmagadora para impedir alternância", defendeu.

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Manifestações de rua e eleições

Indagado sobre o peso das manifestações de rua que seguem em cidades como São Paulo desde o ano passado, o ex-presidente FHC disse que elas “podem e influenciam” o cenário político-eleitoral.

“Elas já estão influenciando e não são contra A, B ou C, partidos ou pessoas. São sentimentos de que há um mal estar na sociedade. Nesse sentido, se alguém incorporar a ideia positiva de mudança, pode se beneficiar", declarou, para emendar: "É mais difícil que esse movimento beneficie o governo, qualquer que seja o governo, não tenho dúvida: há uma certa movimentação das pessoas com a vida com o resultado político, sempre há.”

Fonte: Terra
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