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Política

Dilma inicia "caravanas do PT" perante avanço de Marina Silva nas pesquisas

30 ago 2014 - 17h32
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A militância do Partido dos Trabalhadores (PT) foi neste sábado às ruas de milhares de cidades do país em apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, cujo segundo mandato começa a ser questionado perante o avanço da candidata Marina Silva.

"O PT esta vivo, na rua e se mobilizando em apoio a sua presidente e candidata", declarou à Agencia Efe o secretário nacional de Relações Institucionais do PT, Romenio Pereira, que precisou que a mobilização de hoje foi realizada em cerca de 2,5 mil cidades com menos de 30 mil habitantes.

"São as cidades em que mais se notou a evolução que o país viveu nos últimos 12 anos", apontou Pereira em relação aos três mandatos consecutivos do PT à frente do governo - dois com Luiz Inácio Lula da Silva e um com Dilma Rousseff.

A abertura das chamadas "Caravanas do PT. Dilma de novo" foi realizada pela própria presidente em um ato realizado em Jades, no interior de São Paulo, onde se reuniu previamente com um nutrido grupo de prefeitos de seu partido.

Ao longo do ato e mesmo sem citar nomes, Dilma se voltou diretamente contra Marina Silva, candidata presidencial do PSB após a morte de Eduardo Campos, vítima de um acidente aéreo no último dia 13 de agosto.

A confirmação de Marina Silva como candidata revolucionou as pesquisas, que, até então, apontavam Dilma como a favorita. No entanto, de acordo com as últimas enquetes, a candidata do PSB já venceria as eleições em um suposto segundo turno com a presidente, a ser realizado no dia 26 de outubro.

Marina Silva apresentou seu programa de governo ontem e, entre suas propostas aos eleitores, incluiu uma limitação dos subsídios e créditos preferenciais que os bancos estatais oferecem atualmente à economia, qualificada como "gravíssima" por Dilma.

"São propostas aventureiras, obscurantistas e atrasadas, que são parte de uma oferta que parece avançada, mas é profundamente demagógica e que, sobretudo, não se sabe a que interesses servem", declarou a presidente.

Segundo Dilma, esses "subsídios" favorecem planos de construção de casas populares, obras de infraestrutura e programas de agricultura familiar que "simplesmente acabarão" sem apoio estatal.

Neste aspecto, Dilma também criticou a intenção de Marina Silva de não priorizar a exploração das reservas de petróleo e gás do pré-sal, descobertas em águas profundas do oceano Atlântico pela Petrobras.

"Se for posto em prática o programa de candidatos assim, não só a Petrobras perderá importância, mas também restringirá a ação de todos os bancos públicos", que, segundo Dilma, foi uma das armas de seu governo frente à crise global.

Dilma também subiu o tom para condenar a ideia de Marina Silva de governar com "os melhores" de todos os partidos políticos, mas não com as próprias formações. "Em uma democracia, quem não governa com os partidos flerta com o autoritarismo", afirmou a presidente.

Enquanto Dilma deu início as chamadas "caravanas do PT", Marina Silva visitou a favela da Rocinha, a mais povoada do Rio de Janeiro, onde conversou com a população junto ao deputado, candidato a senador e ex-jogador Romário.

Na ocasião, a candidata do PSB se viu obrigada a explicar uma mudança anunciada hoje no programa de governo apresentado ontem, o qual se referia a um suposto apoio ao casamento entre homossexuais.

Marina Silva, que é evangélica, disse que foi "corrigido um erro", já que, como consta agora, o apoio se referia à união civil e não ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

No entanto, Marina Silva fez questão de ressaltar seu "compromisso com o estado laico e o respeito às liberdades individuais e religiosas daqueles que acreditam ou que não acreditam, sem importar cor ou orientação sexual".

Dilma e Marina Silva se encontrarão na próxima segunda-feira, quando participarão do segundo debate televisionado desta campanha, o qual será organizado pelo canal "SBT" e o pelo jornal "Folha de S. Paulo".

EFE   
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