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Política

Dilma não deve levar em conta PMDB da Câmara em reforma ministerial, diz fonte

27 fev 2014 - 20h11
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A presidente Dilma Rousseff não deve concluir a reforma ministerial até o Carnaval, como havia se proposto, e ainda enfrenta dificuldades para atender ao interesse de todos os aliados, mas já decidiu que não tentará convencer os deputados do PMDB a indicar nomes para o primeiro escalão do governo, disse à Reuters uma fonte próxima à petista.

No começo de fevereiro, depois de várias rodadas de negociação com o maior partido de sua ampla base aliada no Congresso, o PMDB, Dilma irritou a bancada da Câmara dos Deputados ao indicar que ampliaria o espaço dos senadores da legenda em seu gabinete em detrimento das indicações de deputados.

Contrariado com o tratamento, o líder do partido na Casa, Eduardo Cunha (RJ), reuniu os parlamentares e emitiu uma nota afirmando que a bancada abria mão de fazer indicações para a reforma ministerial. Havia a expectativa de que a presidente retomasse as negociações com os deputados, o que não deve ocorrer, segundo a fonte.

"Se a Câmara não indicar, ela é quem decidirá", afirmou a fonte que pediu para não ter seu nome revelado.

O PMDB comanda cinco pastas (Aviação Civil, Previdência, Minas e Energia, Turismo e Agricultura). Atualmente, os deputados indicam os ministros do Turismo e da Agricultura. No início das negociações, o partido esperava manter essa indicações e ampliar seu espaço em mais uma pasta.

Nesta quinta-feira, Dilma se reuniu com o vice-presidente Michel Temer, que é presidente licenciado do PMDB, mas, segundo sua assessoria, eles não trataram da reforma ministerial.

Temer disse, por meio da assessoria, que eles conversaram sobre as alianças regionais entre PT e PMDB em todos os Estados, especialmente no Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Ceará e São Paulo. Nestes Estados, a chance de petistas e peemedebistas se unirem no primeiro turno é quase nula.

A demora da presidente em definir os espaços dos aliados no primeiro escalão no seu último ano de mandato deixou os aliados tensos a ponto de partidos que integrarão sua aliança formal para disputar a reeleição abrirem mão de indicar ministros.

O PTB, que não comanda nenhuma pasta, e o PSD, que chegou a cogitar ampliar sua presença no gabinete para além do Ministério das Micro e Pequenas Empresas, desistiram de indicar novos ministros.

Dilma busca integrar o maior número de partidos ao governo na reforma ministerial para garantir que eles não apoiem um de seus prováveis concorrentes - o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Com isso, pode ter mais tempo que eles na propaganda no rádio e na TV.

Numa tentativa de acalmar os ânimos dos peemedebistas, Dilma pode atender nas próximas semanas a algumas indicações do partido, represadas há meses, para agências reguladoras, disse à Reuters outra fonte do governo, que também falou sob condição de anonimato.

Nas últimas semanas, a presidente cumpriu uma série de agendas internacionais e fora de Brasília, o que tornou as negociações da reforma ministerial mais demoradas.

(Reportagem de Jeferson Ribeiro)

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