Dilma nega "superpoderes" a Lula e vê governo fortalecido
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (16), a presidente Dilma Rousseff justificou a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil, ministério mais importante de seu governo, com sua "inequívoca experiência política".
A mandatária também negou que seu antecessor terá "superpoderes" ou que ele tenha feito exigências para assumir o cargo, como trocas no Itamaraty e na política econômica. "Tem seis anos que vocês tentam me separar do Lula. A minha relação com Lula não é de poder, é uma sólida relação de quem constrói um projeto juntos. O presidente Lula terá os poderes necessários para nos ajudar. Tudo o que ele puder fazer para ajudar o Brasil será feito", afirmou.
Segundo Dilma, o líder petista tem compromisso com a estabilidade fiscal e com a inflação e é dono de uma trajetória "muito expressiva". "A vinda do presidente Lula fortalece o meu governo, e tem gente que não quer que meu governo seja fortalecido", acrescentou.
A mandatária ainda exaltou o "conhecimento" que seu antecessor tem sobre as "necessidades do país". "A vinda do presidente Lula para o ministério é algo bastante importante e relevante", disse Dilma.
Dilma descarta novas mudanças
A presidente também usou a entrevista para classificar de "especulações" as possibilidades de alteração na equipe econômica e de utilização das reservas internacionais internamente. Segundo ela, o acúmulo das reservas foi conquistado a "duras penas" e "com grande esforço" em seu governo e no do ex-presidente Lula. Acrescentou que o assunto "jamais" entraria em pauta "a não ser" para resolver problemas de flutuações externas.
"Nós, ao longo desses 13, quase 14 anos, acumulamos reservas. Quando Lula assumiu o governo, nossas reservas não davam para pagar os vencimentos e as dívidas. Continuamos firmes com nossas reservas", afirmou a presidenta.
Ao negar também a possibilidade de mudança na política econômica com a ida de Lula para o governo, Dilma reafirmou que o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, estão "mais dentro do que nunca do seu governo".
Dilma Rousseff garantiu que não há qualquer possibilidade de os ministros Nelson Barbosa e (Alexandre) Tombini deixarem o governo. A presidente também defendeu o "compromisso" de Lula com a estabilidade fiscal e o controle da inflação.
Com informações da Agência Brasil