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Política

Dilma recebe Putin em Brasília amanhã antes da IV Cúpula dos Brics

13 jul 2014 - 15h29
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A presidente Dilma Rousseff receberá amanhã em Brasília o presidente russo, Vladimir Putin, com quem repassará a agenda bilateral antes da VI Cúpula do grupo Brics, que ambos os países integram junto com a China, Índia e África do Sul.

Putin desembarcou no Rio de Janeiro neste domingo e assistirá à final da Copa do Mundo que será disputada por Argentina e Alemanha no Maracanã e para a qual Dilma convidou diversos chefes de Estado e de governo. Para o presidente russo, esta final tem um interesse particular, já que a Rússia organizará a próxima Copa, em 2018, mas o esporte ficará para trás a partir de amanhã, quando Dilma o receberá em Brasília com honras de Estado.

Putin chegou ao Brasil com o mar de fundo que representa o conflito da Crimeia, frente o qual o governo de Dilma se manteve "neutro", e pediu para que fosse conseguida uma "solução negociada".

A posição do Brasil é incômoda, pois apesar de manter relações privilegiadas com a Rússia, inclusive através dos Brics, também são muito estreitos os seus vínculos com a Ucrânia, país com o qual está associado em um ambicioso programa espacial.

Fontes oficiais brasileiras disseram à Agência Efe que Dilma prefere evitar referências ao conflito da Crimeia, embora calculem que Putin pode abordar o tema na reunião e esclareceram que, se for o caso, a governante reiterará seu conselho sobre uma saída negociada.

O principal interesse do Brasil com essa visita de Putin é a relação comercial com a Rússia, que, segundo ambos os países concordam, não desenvolveu ainda todo seu potencial.

Segundo dados oficiais brasileiros, o comércio bilateral alcançou no ano passado a soma de US$5,5 bilhões, embora a meta de ambos os países seja que chegue aos US$10 bilhões anuais no curto prazo.

O Brasil também quer dotar a suas exportações rumo à Rússia de um maior valor agregado e ter uma posição mais forte no mercado russo, no qual seus produtos representam apenas 2% das importações e se limitam a matérias-primas e alimentos.

A Rússia, por sua vez, aponta ao fortalecimento suas posições no Brasil na área de defesa e concretização de alguns negócios já adiantados no marco de um programa de modernização que o governo de Dilma desenhou para as Forças Armadas.

Nesse sentido, a Rússia está à espera de confirmar e assinar um contrato para a venda de seus sistemas de defesa antiaérea Pantsir-S1, negociado há menos três anos e que até agora não se concretizou.

O Brasil, no entanto, sustenta que a decisão "está tomada" e que só falta ajustar alguns detalhes técnicos do negócio, que passa pela compra de três baterias de mísseis antiaéreos Pantsir-S1 e outras duas do modelo Igla, em uma operação cujo valor é calculado em torno dos US$1 bilhão.

Além disso, Moscou aguarda por um acordo nas negociações para a venda de 12 novos helicópteros Mim-35, modelo do qual Brasil já adquiriu outros 12 em 2008, dos quais recebeu nove.

Após a reunião em Brasília, Dilma e Putin viajarão para Fortaleza, onde na terça-feira se unirão aos líderes da China, Índia e África do Sul para a VI Cúpula dos Brics.

Junto com os líderes das grandes economias emergentes, eles voltarão após esse encontro a Brasília, onde na próxima quarta-feira participarão da primeira cúpula entre os Brics e os países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

EFE   
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