Dilma repudia violência em protestos e defende reforçar lei
A presidente Dilma Rousseff condenou nesta quarta-feira os episódios de violência em manifestações pelo país e defendeu a necessidade de reforçar a legislação para coibir a ação de vândalos durante os protestos.
Em entrevistas a rádios de Maceió, capital de Alagoas, a presidente foi dura ao criticar aqueles que cobrem o rosto para praticar a violência durante os protestos e disse que aqueles que destroem o patrimônio público são "criminosos e devem ser tratados como tal".
Dilma disse que ainda que o governo se preparou para garantir a segurança durante a Copa do Mundo deste ano e afirmou que, se necessário, as Forças Armadas serão mobilizadas para dar tranquilidade ao evento.
"Para mim, democratas são aqueles que exercem pacificamente seu direito e a liberdade de questionar, de propor e de exigir mudanças... e eu te asseguro que esses são a grande maioria dos manifestantes", disse a presidente.
"Pessoas que usam da violência, pessoas que escondem o rosto para se manifestar, não são democratas", acrescentou Dilma, que afirmou "repudiar" e considerar "inadmissível" a prática de violência nas manifestações.
Desde a onda de protestos de junho do ano passado, grupos de mascarados têm participado dos protestos e frequentemente destruído o patrimônio público. Mais recentemente, um rojão disparado por um manifestante durante manifestação no Rio de Janeiro matou um cinegrafista da TV Bandeirantes.
"Pessoas que matam, que ferem, que destroem patrimônio público são criminosos e devem ser tratadas como tal."
Dilma, que lutou contra o regime militar e foi presa e torturada por isso, disse que seu governo está trabalhando numa legislação que iniba todas as formas de violência durante os protestos.
"Nós também estamos buscando um protocolo comum de atuação das polícias militares durante as manifestações", disse a presidente, avaliando ainda ser necessário "reforçar" a legislação vigente.
COPA DO MUNDO
Na entrevista às rádios alagoanas, Dilma também assegurou que o governo planejou medidas para reforçar a segurança das cidades-sede da Copa do Mundo de futebol, que acontece entre junho e julho.
A onda de manifestações do ano passado aconteceu durante a Copa das Confederações, evento-teste para o Mundial deste ano, e teve como um dos motivos as críticas aos gastos públicos nos eventos esportivos.
"O governo está em sintonia com os Estados, para que possamos atuar de forma conjunta e padronizada. A Polícia Federal, a Força Nacional de Segurança Pública, a Polícia Rodoviária, enfim, todos os órgãos do governo federal estão prontos, orientados para agirem dentro das suas competências", disse.
"Se e quando for necessário, nós mobilizaremos também as Forças Armadas", garantiu a presidente.
(Texto de Eduardo Simões, em São Paulo; Edição de Marcela Ayres)