Dilma terá seu tempo para escolher novo ministro, diz Gilberto Carvalho
Diante da expectativa frustrada da indicação do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) para o posto de ministro da Integração Nacional, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gilberto Carvalho disse nesta terça-feira que a presidente Dilma Rousseff tem seu tempo para fazer as escolhas. Vital foi indicado pelo PMDB e sua nomeação era esperada para o início da tarde de hoje.
"O que tem são tempos, que a própria presidente decide quando ela julgar conveniente. O importante é o governo não parar”, afirmou Gilberto, um dos principais interlocutores políticos do governo.
O ministro negou ainda que o maior aliado do PT no governo esteja na geladeira. “Não, não existe isso. O nosso vice-presidente é do PMDB”, disse.
O nome de Vital do Rêgo foi encampado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e tinha o aval de Temer. Sua nomeação era dada como certa nos bastidores. No entanto, Dilma nomeou interinamente o engenheiro Francisco Teixeira, que já estava na pasta como secretário de Infraestrutura Hídrica para o posto. O nome definitivo poderá ficar para janeiro, quando é esperada uma nova reforma ministerial.
No Senado, as atuações de maior destaque de Vital do Rêgo foram como presidente da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) - a mais importante da casa - e também na condução na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou o bicheiro Carlinhos Cachoeira. A chegada do senador ao comando da comissão se deu por meio de um acordo que viabilizou a eleição de Renan Calheiros ao cargo de presidente do Senado.
Para ministro, PSB continua como aliado
A saída de Fernando Bezerra do Ministério da Integração Nacional, concluída nesta terça-feira, não abala a relação do seu partido, o PSB, com o PT, na avaliação de Gilberto Carvalho.
“A gente não deve fazer com que um parceiro histórico que sempre teve tantos motivos para estar junto com a gente que do dia para a noite se transforme em um adversário. Não é isso”, disse. “A gente tem de se comportar de modo a não quebrar um processo histórico importante que nós tivemos ao longo desse tempo.”
A declaração do ministro está em sintonia com o sentimento expressado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais cedo. Na ocasião, ele lamentou a saída do PSB do governo e comparou o desembarque como um batalhão que se dissipa durante uma guerra.