Dinheiro apreendido atribuído a Geddel soma R$ 51 milhões
O número é assustador: R$ 51.030.886,40. Essa foi a maior quantia em dinheiro vivo já apreendida pela Polícia Federal brasileira em toda a história. O montante estava escondido em seis malas e oito caixas de papelão, dentro de um apartamento em Salvador, na Bahia, e pertenceria ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, que integrou os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Michel Temer.
Os agentes da Polícia Federal demoraram horas para fazer a contagem do dinheiro - que só foi finalizada nesta madrugada -- e usaram sete máquinas automáticas para somar as cédulas, que estavam divididas entre reais (R$ 42.643.500) e dólares (US$ 2.688.000). A Polícia Federal encontrou o dinheiro na manhã de ontem (5), em um desdobramento da "Operação Cui Bono?", deflagrada em janeiro e que investiga fraudes em liberação de empréstimos da Caixa Econômica Federal.
A ação de ontem recebeu o nome de "Tesouro Perdido" e aproximou ainda mais o nome de Geddel de um esquema criminoso dentro da Caixa. O ex-ministro foi vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa entre 2011 e 2013, durante o governo de Dilma Rousseff. A PF acredita que os R$ 51 milhões encontrados no apartamento de Salvador sejam propina recebida para liberar financiamentos e empréstimos a grandes empresas.
"O apartamento seria, supostamente, usado por Geddel Vieira Lima como bunker para armazenagem de dinheiro em espécie", disse a PF. A propriedade do imóvel é do engenheiro Silvio Silveira, que teria emprestado o espaço a Geddel. Geddel foi ministro de Integração Nacional no governo Lula e titular da Secretaria de Governo na gestão Temer. O ex-ministro foi preso em 3 de julho, em uma das fases da "Cui Bono?", mas cumpre prisão domiciliar em Salvador.