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Política

Dino dispensa Edmar Camata do comando da PRF após saber de postagens a favor de Moro e Lava-Jato

Futuro ministro da Justiça disse que já tinha informações sobre a "posição política" de Edmar Camata, mas não de publicações feitas nas redes sociais entre 2017 e 2018, que defendiam a Lava-Jato, em fotos com pessoas como o ex-procurador Deltan Dallagnol; Dino citou inviabilidade "política"

21 dez 2022 - 17h45
(atualizado às 18h56)
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Foto: Folha Dirigida

O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou hoje que decidiu cancelar a indicação de Edmar Camata para a diretoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF), após as polêmicas geradas em torno de seu apoio à Operação Lava-Jato e a nomes como o do ex-procurador Deltan Dallagnol, ex-chefe da extinta força-tarefa, em Curitiba, e do ex-juiz Sérgio Moro.

Dino disse que tomou a decisão por si só e que a comunicou ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e ao vice Geraldo Alckmin. Ambos, segundo Dino, não tiveram nenhuma interferência na decisão. No lugar de Camata assumirá Antônio Fernando de Oliveira, que foi delegado da PRF no Maranhão, Estado que foi governado por Dino.

O futuro ministro da Justiça disse que tinha conhecimento da "posição política" de Edmar Camata, mas admitiu que, nos trabalhos de checagem que suas equipes fizeram, não chegaram a mencionar as postagens feitas por Camata nas redes sociais em 2017 e 2018 e que ontem vieram à tona.

Em 2017, o policial rodoviário federal publicou foto ao lado do ex-procurador Deltan Dallagnol, ex-chefe da extinta força-tarefa da Operação em Curitiba. Além disso, quando se candidatou à deputado federal em 2018 afirmou que não se podia 'deixar a maior operação anticorrupção do país parar'. Depois da repercussão, as postagens foram excluídas das redes sociais. No entanto, 'prints' dos posts seguem circulando na Internet.

"Nós fazemos pesquisas de todas as pessoas e levamos em conta, menos as visões pretéritas, e mais o presente e o futuro, porque somente os mortos não evoluem. Então, precisamos olhar o futuro e examinar se aquele líder ou aquela líder tem condições políticas de conduzir a sua atribuição. Não se trata de um julgamento sobre posições pretéritas, de quem quer que seja, mas sim de avaliação quanto à existência de condições políticas para liderar a equipe", comentou Dino. "É óbvio que, em meio a polêmicas, você acaba por dissipar energias numa área em que nós precisamos de foco. Ontem mesmo eu mencionei que já temos um gigantesco desafio na preparação da posse, então faço questão de assinalar o meu reconhecimento ao excelente currículo do policial Camata. Não há, portanto, nenhum julgamento dele, apenas uma avaliação puramente política."

Segundo o futuro ministro, o objetivo é buscar "uma equipe que seja plural, que seja ampla, que tenha homens, mulheres, negros, que tenham líderes experimentados na luta social" e com pluralidade. "Obviamente, preciso de uma equipe que, além de unida, tenha todas as condições de levar o seu trabalho adiante e, qualquer que seja o dirigente que esteja cercado de polêmicas, é claro que é muito difícil, é uma área sensível é o dirigente tem que conseguir se dedicar com a profundidade necessária. Então, esta foi a razão da substituição."

Questionado se sabia sobre as posições políticas de Edmar Camata, Dino respondeu. "Sim, claro, sabia, mas volto a dizer que não é um critério, mas aí a questão é que houve uma postagem particular e outras que, enfim... realmente não é um julgamento sobre o que ele achava em 2017 ou 2018, porque realmente que não é um critério, a meu ver, determinante. Mas, em face da polêmica, é claro que ele, no futuro, não reuniria condições para se dedicar como nós gostaríamos."

Estadão
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