Dino brinca com pronúncia de nome, cita Trump e arranca risada de ministros durante julgamento no STF
Ao final de sua sustentação, Dino votou a favor do recebimento da denúncia contra Bolsonaro e sete aliados do ex-presidente
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino sustentou seu voto na análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados do ex-presidente com seriedade, mas também arrancou risadas dos colegas ao brincar com o nome "Michael Procopio" – fazendo até uma referência inusitada a Michael Jackson e Donald Trump.
Em seu voto, Dino afirmou que o fato do golpe de Estado não ter se consumado não afasta a punibilidade da tentativa. “Se tivesse sido consumado, não haveria juiz para julgar”, disse.
O ministro também lembrou que houve armas apreendidas nos ataques, incluindo objetos adaptados para violência. “Cercas, barras de ferro, canos de PVC”, enumerou.
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Ao comparar o 8 de janeiro ao ataque ao Capitólio (EUA, 2021), Dino citou um relatório do Departamento de Justiça americano, apontando semelhanças: o culto às armas e acampamentos que incitavam ruptura institucional.
Ao citar o filme Ainda Estou Aqui, vencedor do Oscar, o ministro reforçou que golpes de Estado trazem mortes e torturas, independentemente do momento. “Aqueles que, nos anos 20 e 30 do século 20, normalizaram a chegada de Mussolini e Hitler ao poder, certamente se arrependeram quando viram as consequências nos campos de concentração”, afirmou. “Portanto, golpe de Estado é coisa séria”.
Brincadeira que descontraiu o plenário
Em um momento mais leve, Dino provocou risos dos ministros ao citar o nome de Michael Procopio: “Eu tenho aqui uma referência doutrinária de um senhor chamado Michael Procopio. O senhor conhece, ministro Fux, esse cidadão? Me disseram que trabalha com o senhor. Michael ou Maicol?”, perguntou, brincando com a pronúncia. Nesse momento, os ministros e alguns dos presentes deram risadas.
E continuou, com bom humor: “É porque lá no Maranhão tem um vereador que me apoiou, que preteritamente me apoiava, ele era conhecido como Michael Jackson. Era Michael [Maicol] Jackson, né, claro. Mas, neste caso, eu não sei se ele gosta de ser chamado de Michael ou Maicol. Mas, enfim, se ele quiser homenagear o Trump, é Maicol”.
Ao final, Dino votou a favor do recebimento da denúncia, declarando ter “muita convicção de que as razões técnicas do relator são suficientes, para, neste momento, acompanhá-lo”.