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Política

Dino pede que STF inclua Flávio e Eduardo Bolsonaro no inquérito das fake news

Pedido foi encaminhado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, um dos principais alvos de ataques da base aliada de Bolsonaro

20 mar 2023 - 20h59
(atualizado às 23h00)
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Entre os operadores de rede de conteúdo falso estavam servidores dos gabinetes de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP; na foto, à esquerda) e Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ)
Entre os operadores de rede de conteúdo falso estavam servidores dos gabinetes de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP; na foto, à esquerda) e Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ)
Foto: REUTERS/Adriano Machado / BBC News Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino requereu ao Supremo Tribunal Federal a inclusão do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no inquérito das fake news em razão de publicações em que 'insinuam envolvimento' do integrante do governo Lula com o crime organizado.

A notícia-crime atinge ainda o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e os deputados Carlos Jordy (P-RJ), Paulo Bilynsky (PL-SP), Otoni de Paula (MSB-RJ) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

O ministro da Justiça viu 'multiplicação organizada e sistemática de um grupo visando propagar, pelo menos, duas fake news': a de que Dino se reuniu com traficantes ou chefes de organizações criminosas; e a de que ele estava sem escolta policial - 'o que é absolutamente mentiroso', de acordo com Dino. Ainda segundo ele, os parlamentares tentaram ferir sua honra e imputar-lhe cometimento de crime.

O pedido de investigação foi encaminhado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, um dos principais alvos de ataques da base aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele é relator de investigações que atingem o ex-chefe do Executivo e seus apoiadores.

As publicações no centro da notícia-crime foram realizadas após Dino participar, no último dia 13, do lançamento do Boletim 'Direito à segurança pública na Maré', publicação que sistematiza dados sobre os impactos da violência armada no Complexo do Maré, no Rio.

Segundo Dino, o deputado Eduardo Bolsonaro escreveu em suas redes sociais: "Flávio Dino, o ministro que entra na Maré, complexo de favelas mais armado do Rio, com apenas 2 carros e sem trocar tiros. Vamos convocá-lo na Com. Segurança Pública para explicar o nível de envolvimento dele e seu chefe, Lula, com o crime organizado carioca. Isto é um absurdo!".

Já o deputado Carlos Jordy publicou vídeo com a legenda: "Ministro da Justiça de lula visita o Complexo da Maré e se reúne com lideranças. Ele foi sem segurança nem escolta. Convocaremos Dino para que preste esclarecimentos sobre sua visita a um local dominado pelo tráfico."

O outro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Flávio, também fez um post sobre a visita de Dino à Maré, sendo que o conteúdo chegou a ser classificado como falso pela rede social. Na legenda, o senador escreveu: "O ministro Flávio Dino poderia compartilhar com nossos Policiais do Rio qual a mágica para entrar num local, com presença de traficantes armados com fuzis, sem ser recebido a tiros!".

Na notícia-crime encaminhada ao STF, Dino destacou que a Corte máxima já decidiu que 'a imunidade parlamentar não pode ser usada como verdadeiro escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas, ainda mais quando contrárias à ordem constitucional e ao Estado Democrático'.

Ainda segundo o ministro da Justiça, as publicações ainda 'estão carregadas de preconceito contra as camadas menos abastadas da sociedade, especialmente as favelas e demais periferias urbanas, que são frequentemente alcançadas pela discriminação e racismo'.

Estadão
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