Dirigentes da PRF são alvos de busca e apreensão em operação que prendeu Silvinei Vasques
Inquérito aponta patrulhamento ostensivo e direcionado ao Nordeste para prejudicar deslocamento de eleitores
A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão contra dirigentes da Polícia Rodoviária Federal na Operação Constituição Cidadã, que também prendeu preventivamente o ex-diretor da corporação Silvinei Vasques, na manhã desta quarta-feira, 9.
A ação investiga possíveis interferências nas eleições presidenciais. Também são apurados direcionamentos de recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no segundo turno.
Os mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal são cumpridos nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte.
Os demais alvos são:
- Wendel Benevides, ex-corregedor-geral;
- Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações;
- Luis Carlos Reischak, ex-diretor de Inteligência;
- Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-diretor de Inteligência Substituto;
- Anderson Frazão, ex-coordenador-geral de Gestão Operacional;
- Antonio Melo Schlichting Junior, ex-coordenador-geral de Combate ao Crime;
- Bruno Nonato, ex-PRF e hoje na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Os nomes foram divulgados pelo jornal O Globo. A PF busca apurar se Vasques interferiu nos depoimentos dos colegas, já que acredita-se que ele ainda tem influência interna na PRF. A operação conta com o apoio da Corregedoria Geral da corporação, que irá ouvir 47 policiais rodoviários federais.
As investigações apuram o direcionamento de equipes para dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro de 2022. Os crimes teriam sido planejados desde o início daquele mês, sendo que no dia do segundo turno das eleições, foi feito patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do País.
A PF informou que os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, bem como outros crimes ligados ao Código Eleitoral Brasileiro:
- Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio;
- Ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato.
A Operação Constituição Cidadã recebeu este nome em referência à Constituição Federal, de 1988, que garantiu a todos os cidadãos o direito ao voto, a maior representação da Democracia.