Dívida pública sobe para R$ 3,87 trilhões em 2018
O resultado do ano ficou dentro do previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF), cujo intervalo ia até R$ 3,9 trilhões
O estoque da dívida pública federal (DPF) encerrou 2018 em R$ 3,877 trilhões ante R$ 3,559 trilhões em dezembro de 2017. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 28, pelo Tesouro Nacional. O valor representa uma alta de 1,32% de novembro para dezembro.
O resultado do ano ficou dentro do previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2018, cujo intervalo ia de R$ 3,780 trilhões a R$ 3,980 trilhões.
Em 2018, foi registrado um resgate líquido de R$ 23,148 bilhões, enquanto o impacto de juros somou R$ 342,670 bilhões. Em dezembro, a correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 22,15 bilhões. Já as emissões de papéis totalizaram R$ 32,009 bilhões, enquanto os resgates chegaram a R$ 3,830 bilhões, o que representou uma emissão líquida de R$ 22,178 bilhões.
A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 1,33% em dezembro e fechou o ano passado em R$ 3,728 trilhões, ante R$ 3,435 trilhões em dezembro de 2017.
Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 0,84% maior em dezembro, somando R$ 148,20 bilhões em 2018. No ano o endividamento externo aumentou - havia encerrado 2017 em R$ 123,79 bilhões.
Tesouro prevê dívida bruta chegando a 80,6% do PIB em 2022
O Tesouro Nacional também previu que a dívida bruta do governo está numa trajetória crescente e vai atingir o pico em 2022, alcançando 80,6% do Produto Interno Bruto em 2022. Para 2019, a previsão é que o endividamento vai subir de 77,3% para 78,2% do PIB.
As previsões levam em conta uma estimativa de crescimento do PIB de 2,5% em 2019 e 2,4% em 2020. A previsão de inflação (IPCA) usada nas projeções foi de 3,9% em 2019 e 4% em 2020.
Os dados constam no Plano Anual de Financiamento (PAF), documento que estabelece as metas e diretrizes para a gestão da dívida pública.
Na mensagem do documento, o Tesouro reforçou que é fundamental que haja avanços na agenda de reformas para impactar positivamente os indicadores fiscais e, consequentemente, as condições econômicas do país.
"Esse cenário favorecerá a dinâmica do endividamento, permitindo que se obtenha uma trajetória sustentável", destaca o Tesouro, completando: "As reformas estruturais são urgentes para reverter o crescimento dos gastos obrigatórios."
Para o Tesouro, o ano de 2019 representará mais um passo na consolidação fiscal do governo federal. O órgão defendeu a compreensão da sociedade quanto à importância do equilíbrio das contas públicas.
No PAF, o Tesouro destacou que busca o equilíbrio em sua atuação para evitar "flutuações agudas" de curto prazo que possam afetar o funcionamento do mercado financeiro e reforçou que não vai interferir na tendência de reprecificação de ativos.