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Política

Doações via Pix para Bolsonaro incluem bilionário, ex-ministro do TSE e locutor de rodeio

Relatório do Coaf aponta que ex-presidente recebeu pagamentos de R$ 5 mil a R$ 20 mil de 19 pessoas e empresas

28 jul 2023 - 17h53
(atualizado às 18h01)
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Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Foto: REUTERS/ Marco Bello

O relatório do Coaf aponta que Jair Bolsonaro (PL) recebeu pagamentos variando de R$ 5 mil a R$ 20 mil de 19 pessoas e empresas. Entre os doadores, estão o locutor de rodeios Cuiabano Lima, o ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Admar Gonzaga Neto e o empresário Marcos Ermírio de Moraes, herdeiro do Grupo Votorantim. As informações são da Folha de S.Paulo

De acordo com o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), o ex-presidente recebeu R$ 17,2 milhões em transferências via Pix no período de 1º de janeiro a 4 de julho. O órgão também indicou uma possível relação com a vaquinha aberta no mês passado para o pagamento de multas judiciais.

Conforme relatório do conselho, a conta bancária de Bolsonaro registrou 769 mil transações via Pix durante o período mencionado. O documento enumera somente os nomes dos 20 principais doadores, sem especificar se todas as contribuições foram realizadas por meio de Pix ou transferência bancária.

O que disse alguns dos doadores 

Admar Gonzaga Neto, que anteriormente atuou como advogado de Bolsonaro, realizou uma transferência de R$ 5 mil para a conta do ex-chefe do Executivo.

Gonzaga afirmou à Folha de S.Paulo que realizou a transferência do dinheiro via Pix para "auxiliá-lo a pagar a multa relacionada ao uso da máscara". Ele ocupou o cargo de ministro do TSE de 2013 a 2019, sendo titular da corte durante os últimos dois anos de seu mandato.

"Lamentável é o vazamento de dados financeiros para a imprensa. Vocês obtiveram autorização judicial? Estamos vivenciando uma inquisição moderna", disse Gonzaga.

O empresário Marcos Ermírio de Moraes realizou uma transferência de R$ 10 mil. Quando questionado pela Folha de S.Paulo, ele afirmou que essa informação não traz nenhum benefício à vida dos brasileiros. 

"O que essa informação acrescenta na vida dos brasileiros? Nada, né? Então, bom final de semana", respondeu.

Em 2022, Marcos Ermírio de Moraes foi candidato a segundo suplente de senador em Goiás pelo PSDB, na chapa liderada pelo ex-governador Marconi Perillo. O herdeiro do Grupo Votorantim declarou ao Tribunal Superior Eleitoral um patrimônio de R$ 1,2 bilhão em bens.

Em nota, o Grupo Votorantim esclareceu que, apesar de fazer parte da família controladora, Marcos Ermírio de Moraes não ocupa nenhum cargo e não tem participação direta ou indireta nas atividades das empresas controladas pela Votorantim S.A.

Bolsonaro recebeu uma quantia de R$ 10 mil do locutor de rodeios Cuiabano Lima, conhecido por ser amigo do ex-presidente.

O locutor desempenhou um papel importante na articulação de Bolsonaro com cantores sertanejos. Durante a pandemia, ele participou de campanhas publicitárias para a Caixa Econômica Federal, e o valor de seu cachê foi mantido em sigilo pelo banco.

Entenda doações ao ex-presidente 

Apoiadores iniciaram uma campanha para efetuar pagamentos a Bolsonaro, depois que o ex-presidente recebeu multas e teve valores em contas bloqueados. 

"No período chamou a atenção o montante de Pixs recebidos em situação atípica e incompatível. Esses lançamentos provavelmente possuem relação com a notícia divulgada na mídia", diz trecho do relatório fiscal.

Segundo o documento do Coaf, foram registradas as cifras de R$ 195.559 e R$ 30.698 como "bloqueio judicial". Além disso, o órgão aponta que Bolsonaro recebeu R$ 230.366 em proventos durante os seis primeiros meses deste ano.

As informações foram enviadas à CPI do 8 de janeiro, contendo dados de outras pessoas associadas a Bolsonaro, que atualmente estão sendo investigadas em várias questões criminais, a maioria delas relatada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A chave Pix do ex-presidente foi divulgada por parlamentares e ex-integrantes do governo, incluindo os ex-ministros Gilson Machado e Fabio Wajngarten, além dos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Bruno Engler (PL-MG), tanto a nível federal quanto estadual, respectivamente.

'Algo espontâneo'

No início de julho, Bolsonaro declarou que já havia recebido o montante necessário para quitar todas as multas, porém, não divulgou os valores. Ele mencionou que "a massa" fez doações variando de R$ 2 a R$ 22, em referência ao número do seu partido, o PL.

"Foi algo espontâneo por parte da população. O Pix nasceu no nosso governo. Já foi arrecadado o suficiente para pagar as atuais multas e a expectativa de outras multas. O valor a gente vai mostrar brevemente. Agradeço a contribuição, mesmo sem ser a pedido. A massa contribuiu entre R$ 2 e R$ 22."

Fonte: Redação Terra
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