Documento interno do governo fala em “goleada” da oposição
Texto sem assinatura cita diversos erros desde as eleições, como comunicação ruim nas redes sociais e a escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda; sugestão é investir em publicidade em São Paulo
Um documento elaborado pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República admite que o governo da presidente Dilma Rousseff tem adotado uma comunicação “errática” desde a reeleição no ano passado, de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo. Sem assinatura, o documento também afirma que a oposição tem dado “goleada” nas redes sociais. A saída, segundo o material, é investir em publicidade em São Paulo, cidade onde se encontra maior rejeição ao governo petista.
De acordo com o jornal, o documento circulou entre ministros, dirigentes do PT e assessores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira. Em tom de alerta, o texto cita pesquisa do Ibope que aponta que 32% dos entrevistados mudaram de opinião negativamente sobre o governo desde as eleições.
O documento é dividido em três partes. Na primeira – intitulada “Onde estamos” -, o governo afirma ter errado na comunicação, principalmente nas redes sociais. O texto afirma que são os militantes de Lula e Dilma que hoje estão com o celular na mão, enquanto opositores fazem panelaço e saem às ruas.
O governo cita mais erros cometidos desde a eleição no segundo capítulo – “Como chegamos até aqui”. Além do rompimento com a militância digital, o documento aponta que a escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda provocou um “descolamento entre o governo e sua militância”. Outros erros citados são o discurso de que a inflação está controlada e o corte no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O material também cita um isolamento de Dilma de sua base aliada.
No capítulo “Como virar o jogo”, a sugestão é expor mais a presidente e concentrar os investimentos em comunicação em São Paulo em parceria com o prefeito Fernando Haddad (PT), que também aparece com baixos índices de aprovação. A análise diz que não há como recuperar a imagem de Dilma sem ajudar a aumentar a popularidade do prefeito.