Doria: Ainda é cedo para falar em volta de Baldy ao governo
Governador elogiou secretário licenciado e lembrou que fatos pelos quais ele é investigados são anteriores a sua entrada na gestão paulista
O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), elogiou a competência do secretário de Transportes licenciado, Alexandre Baldy, preso nessa quinta-feira, 6, em uma operação da Lava Jato do Rio. Para o tucano, "ainda é cedo" para falar na volta de Baldy ao cargo.
"Houve uma licença, que foi publicada hoje no Diário Oficial. É o mesmo procedimento que adotamos em casos semelhantes para que ele possa se defender e assim a gente possa avaliar", disse em entrevista à rádio Jovem Pan.
Questionado sobre o impacto da prisão do secretário na gestão estadual, o governador disse que a operação não causava incomodo, uma vez que os fatos investigados são anteriores à vinculação de Baldy com a Secretaria de Transportes de SP.
"Não há nenhum incomodo. Não tem nenhuma vinculação com o governo do Estado de São Paulo nem com a gestão do Alexandre Baldy na Secretaria de Transportes Metropolitanos. O que nós temos que estimar é que o Alexandre Baldy possa fazer os esclarecimentos necessários desse período que ele trabalhou no governo de Goiás", disse Doria, que na sequência elogiou o secretário.
"E vale lembrar que aqui no governo de São Paulo, o Alexandre Baldy agiu com competência, dedicação e postura idônea, exercendo sua função. Eu tenho certeza que ele saberá responder adequadamente sobre o tema."
Baldy é suspeito de receber ao menos R$ 1,4 milhão de propina entre 2014 e 2019 para beneficiar empresas da área da Saúde com contratos públicos, segundo documentos encaminhados ao juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal do Rio, que assina o mandado de prisão temporária. Os advogados de Baldy negam as acusações.
Investigações no PSDB
Durante a entrevista, o governador também foi questionado sobre as pretensões do PSDB para as eleições de 2022, uma vez que o partido tem alguns de seus principais nomes, como os ex-governadores de São Paulo Geraldo Alckmin e José Serra, investigados.
Doria respondeu que não se coloca como candidato, mas que, como integrante do partido, aprovava a postura da sigla em "não esconder ou colocar obstáculos as investigações". "No caso do PSDB, eu já me manifestei que toda investigação tem que continuar sem nenhum tipo de contestação. Quem não deve não teme", disse.
O governador saiu em defesa de Alckmin: "Sempre teve uma vida modesta, mora no mesmo apartamento há 35 anos, tem patrimônio muito modesto. Quem rouba não tem patrimônio modesto. Geraldo sempre foi um homem probo."