Doria defende frente partidária contra Lula e Bolsonaro
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que as pesquisas de opinião acenderam a luz amarela para os partidos de centro e defendeu a criação de uma frente partidária para evitar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) vençam as eleições de 2018.
Doria declarou que partidos como PSDB, PMDB, DEM, PPS, PP, PR, PRB, PV e parte do PSB deveriam se unir em torno de propostas pelo Brasil e, caberia essa chapa escolher os integrantes dessa chapa única contra "os extremistas" de esquerda e de direita.
"Não vejo candidatura vitoriosa se esses partidos não estiverem aglutinados e unidos. Fracionados entregam a eleição para Lula e Bolsonaro", afirmou Doria a jornalistas, em evento no Rio de Janeiro.
"É uma frente pelo Brasil, ter propostas de transformação pelo Brasil e recomendo que líderes partidários conversem e possam discutir pela criação dessa frente… que escolheria os nomes da chapa", acrescentou.
As últimas pesquisas de opinião mostram Lula e Bolsonaro, que negocia uma troca de partido, na frente da disputa.
"Acendeu (a luz amarela). Não reconhecer essa realidade é fugir dos fatos. Tanto Bolsonaro e Lula estão fortalecidos sim, mas é muito triste ao país ter só essas duas opções de extrema-esquerda ou direita", disse o prefeito.
"O Brasil pode buscar candidatura de centro, aglutinando forças, somando forças democráticas… precisamos salvar o Brasil enquanto é tempo. A hora é agora, se não aproveitarmos até abril para fechar uma aliança será tarde demais."
Ao ser questionado se poderia ser um desse nomes dessa chapa de centro, Doria, não descartou a hipótese, ao mesmo tempo em que desconsiderou a possibilidade de o apresentador de TV Luciano Huck poder ser esse nome de consenso.
"Ele é meu amigo pessoal mas não creio que seja a força aglutinadora; precisamos da força partidária de várias legendas e ter tempo de TV", avaliou. "Todas as hipóteses ficam em aberto, mas não advogo nenhuma delas."
Doria reiterou que não vai se dissociar do seu padrinho político, o governador de São Paulo, o também tucano Geraldo Alckmin, e frisou que não pretende "fracionar" o PSDB, que em dezembro deve escolher seu candidato à Presidência. "Estou com Alckmin e continuarei; não tem hipótese de nos desassociarmos."
O prefeito fez um mea culpa ao afirmar que cometeu erros na sua estratégia de comunicação em São Paulo e citou como um dos exemplos a polêmica em torno da adoção da farinata como parte da merenda nas escolas de São Paulo.
Ele admitiu ainda que seus primeiros seis meses à frente da prefeitura de São Paulo causou um boom de popularidade por se tratar de um administrador com novas idéias e iniciativas e que uma queda de popularidade seria normal depois de algum tempo. Doria prometeu correções sem mudanças de rumo para recuperar a popularidade.
Como em outras ocasiões, o prefeito criticou Lula, chamando o petista de safado e sem vergonha.
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