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Política

Doria toma posse em SP sem Alckmin, FHC, Serra, Covas, Kassab e filhos

1 jan 2019 - 13h43
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As cerimônias de posse e transmissão de cargo do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), nesta terça-feira, 1º, foram marcadas por ausências. Tucanos históricos e familiares de Doria foram as faltas mais notórias na Assembleia Legislativa e no Palácio dos Bandeirantes.

Falando em "enterrar a velha política" e distribuindo alfinetadas à ala mais tradicional de seu partido, o tucano não contou com as presenças dos ex-governadores Geraldo Alckmin, que o lançou na política, e José Serra. O único ex-governador a ir ao Palácio dos Bandeirantes foi o emedebista Luiz Antonio Fleury Filho, que apoiou Paulo Skaf (MDB) na disputa estadual.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presente em cerimônias anteriores de transmissão do cargo, também não esteve presente. O prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB-SP), que sucedeu Doria do Executivo municipal, foi outro que faltou aos eventos. A justificativa dada foi uma licença pessoal no primeiro dia do ano.

Entre os secretários, Gilberto Kassab, escolhido para a Casa Civil, não foi ao Palácio dos Bandeirantes e pediu licença do cargo para se defender de investigações.

O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM), minimizou a ausência de Kassab na cerimônia de posse dos secretários do governo paulista no Palácio dos Bandeirantes.

Garcia negou que a presença de Kassab causaria constrangimento ao governador. "Nenhum constrangimento, foi uma festa bonita onde os secretários participaram e o governador João Doria pôde fazer um discurso inovador apontando o futuro de São Paulo", declarou Garcia.

O vice não quis comentar a ausência do ex-governador Geraldo Alckmin, de quem foi secretário.

Os três filhos do tucano, João, Carolina e Felipe, também estavam ausentes. Ao discursar, Doria agradeceu à família e relatou que a sogra o telefonou entre um evento e outro para parabenizá-lo. O governador ficou acompanhado da esposa e primeira-dama, Bia Doria. ()

2022

Aliados de Doria ecoaram o discurso do tucano defendendo mudanças no PSDB e já o colocam como possível candidato à Presidência da República em 2022.

"Acredito que ele está completamente focado no governo do Estado hoje, mas evidente que o governador de São Paulo sempre é um player dentro desse jogo", declarou o líder do PSDB na Assembleia Legislativa, Marco Vinholi.

Ao Broadcast Político, Vinholi declarou que João Doria vai ser o principal líder do PSDB no processo de "descer do muro" e que isso pode colocá-lo em uma disputa pela reeleição ou até mesmo pelo Planalto. "O que vai dizer isso são os resultados trazidos aqui."

A senadora eleita Mara Gabrilli (PSDB-SP) declarou que o discurso de Doria não o torna capaz de disputar a Presidência em 2022. Ela destacou que uma boa gestão é o que pode levar o tucano a concorrer ao Planalto nas eleições de 2022.

"Não necessariamente um discurso vá cacifá-lo, mas eu acho que o que vai fazer isso talvez seja a boa gestão que ele está propondo a fazer, isso sim cacifa", declarou a senadora eleita, "O que ele está propondo é uma mudança de paradigma no Brasil, na forma de gerir, uma mudança na forma de conduta para administrar e é claro que isso perpassa pelo PSDB, pelo Estado de São Paulo e pelo Brasil", declarou Mara Gabrilli, para quem o discurso de Doria não se referiu ao ex-governador Geraldo Alckmin, mas à "velha política".

Estadão
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