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Política

Eduardo Bolsonaro critica imprensa e faz ameaça na web

Na quarta, deputado participou de live com alvos da ação da PF e citou 'momento de ruptura'

28 mai 2020 - 09h55
(atualizado às 09h59)
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) voltou a falar sobre a operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão no inquérito das fake news. Em publicação nesta quinta-feira, 28, o deputado falou em censura e criticou a imprensa por não se opor às buscas nas dependências do site 'Terça Livre', um dos investigados no inquérito.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) durante solenidade de posse do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) durante solenidade de posse do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça
Foto: EDU ANDRADE/FATOPRESS / Estadão Conteúdo

"A imprensa que aplaude as buscas no Terça Livre o faz por pensar que a censura só chegará aos conservadores. Ledo engano. Se não defendem a liberdade por princípios deveriam ao menos fazê-lo por interesse próprio. Se nem isso enxergam é porque merecem o futuro que se avizinha", escreveu Eduardo.

Assim como o pai e aliados do governo, o deputado criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e a condução do inquérito que levou à operação de quarta-feira, 27. O deputado participou ontem em uma live com Allan dos Santos, organizador do site, e afirmou não ter dúvida de que será alvo de uma investigação em breve e disse que participa de reuniões em que se discute "quando" acontecerá "momento de ruptura" no Brasil.

Após criticar os ministro Alexandre de Moraes e Celso de Mello, Eduardo começa uma linha de raciocínio sobre por que pode haver uma ruptura institucional. Segundo ele, após a saída do ex-ministro Sérgio Moro do governo, o Supremo divulgou o vídeo de "uma reunião secreta" - a gravação foi citada por Moro como possível prova de que Bolsonaro interferiu na PF - e depois solicitou o "celular do presidente da República". Ao contrário do que disse Eduardo, o Supremo não pediu o celular de Bolsonaro. PDT, PSB e PV pediram ao Supremo a apreensão dos aparelhos dentro das investigações sobre interferência política na PF. Mello, então, encaminhou a Aras os pedidos dos partidos para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) emita um parecer. O PGR deve, inclusive, se posicionar contra a apreensão dos celulares do presidente.

"Não tenho nem dúvida que amanhã vai ser na minha casa (que cumprirão mandado de busca), que se nós tivermos uma posição colaborativa (com o Supremo), vão entrar na nossa casa, dando risada. Até entendo quem tem uma postura moderada, vamos dizer, para não tentar chegar a momento de ruptura, a momento de cisão ainda maior, conflito ainda maior. Entendo essa pessoas que querem evitar esse momento de caos. Mas falando bem abertamente, opinião de Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opção de se, mas, sim, de quando isso vai ocorrer", afirmou o parlamentar, que emendou:

"E não se enganem, as pessoas discutem isso. Essas reuniões entre altas autoridades, até a própria reunião de dentro de setores políticos, eu, Bia, etc, a gente discute esse tipo de coisa porque a gente estuda história. A gente sabe que a história vai apenas se repetindo. Não foi de uma hora para outra que começou a ditadura na Venezuela, foi aos poucos."

Estadão
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