Eduardo Bolsonaro diz que se 'sacrificaria' para concorrer à Presidência
Deputado afirma que volta de Trump ao poder nos Estados Unidos simboliza momento de fortalecimento para a direita no Brasil
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que estaria disposto a se "sacrificar" para concorrer à Presidência da República, caso fosse a vontade do pai dele, Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente está inelegível até 2030, conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Eduardo ressaltou que sua prioridade é apoiar Jair Bolsonaro como candidato nas eleições de 2026, mas não descartou a possibilidade de assumir a liderança, se necessário.
A declaração ocorreu após Eduardo ser apresentado como "futuro presidente do Brasil" por Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump, durante um evento nos Estados Unidos no último dia 19, véspera da posse de Trump. Apesar de considerar o comentário de Bannon um elogio, o deputado reiterou que sua preferência é ver seu pai como candidato.
"Meu plano A, B e C segue sendo Jair Bolsonaro", disse ao jornal O Globo, em entrevista publicada nesta sexta-feira, 24. "Mas, se ocorrer, se for para ser o candidato com ele escolhendo, eu me sacrificaria, sim", completou.
Em dezembro, o deputado se colocou como um "plano B" do clã bolsonarista nas eleições presidenciais de 2026. Dias depois, o ex-presidente disse que ele é "o plano A, B e C" para as eleições 2026. "Enquanto eu não morrer."
Nesta quinta-feira, 23, Bolsonaro voltou a citar o tema. Ele não descartou candidatura dos filhos, além de Eduardo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ele admitiu ainda que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro poderia ser um nome, mas depois recuou.
Eduardo também evitou comentar abertamente sobre negociações envolvendo o Congresso para reverter a inelegibilidade de Jair Bolsonaro ou a anistia aos condenados pelos atos do 8 de Janeiro. Ele disse que essas questões estão sendo tratadas internamente, longe do público, para evitar interferências judiciais.
Volta de Trump
Para Eduardo, a volta de Trump ao poder nos Estados Unidos simboliza um momento de fortalecimento para a direita no Brasil. Segundo ele, a derrota de Joe Biden representa um enfraquecimento da posição internacional do governo Lula, além de criar um ambiente político mais favorável ao bolsonarismo. "São outros tempos que estão chegando", afirmou.
O deputado também comentou a disputa interna no campo da direita, incluindo nomes como o governador Ronaldo Caiado (União), de Goiás, e o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), que já se colocaram como pré-candidatos à Presidência em 2026. Para ele, esses projetos políticos deverão convergir em torno de um representante do bolsonarismo, mantendo Jair Bolsonaro como a principal liderança.
Ao ser questionado sobre o impacto de uma eventual condenação de Jair Bolsonaro no inquérito relacionado aos atos do 8 de Janeiro, Eduardo previu que isso poderia reforçar a imagem de seu pai como vítima de perseguição política. Ele acredita que tal situação provocaria "uma comoção" e aumentaria sua força para indicar sucessores e eleger outros políticos.
Sobre sua presença nos Estados Unidos durante a posse de Trump, Eduardo negou qualquer desconforto por não participar da cerimônia no Capitólio. Ele destacou que questões de segurança e mudanças meteorológicas limitaram o acesso ao evento apenas a chefes de Estado e ex-presidentes. Ainda assim, afirmou ter sido tratado com "toda a deferência possível".