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Política

Eduardo Bolsonaro e Hélio Lopes assumem cargos de direção em Frente Evangélica

17 fev 2022 - 11h37
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Com o objetivo de se aproximar ainda mais do Palácio do Planalto, a Frente Parlamentar Evangélica (FPE) abriu espaço em sua cúpula para os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Hélio Lopes (PSL-RJ). Nesta quarta-feira, 16, os dois assumiram os cargos de secretário e tesoureiro da bancada, respectivamente.

A Frente Evangélica, da qual são signatários quase 200 parlamentares na Câmara, representa uma das principais bases eleitorais do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição. A escolha do "filho 03" do presidente e de um de seus principais aliados para o comando da bancada foi articulada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), que assumiu a presidência da FPE no último dia 9.

Ao Estadão/Broadcast, Sóstenes disse que o objetivo da entrada de Eduardo e Hélio Lopes - chamado por Bolsonaro de "Hélio Negão" - na direção da Frente é se aproximar do Palácio do Planalto. O deputado afirmou que a FPE vai focar na eleição para ampliar a bancada no Congresso.

"Não posso dizer se vai haver racha antes de consultar meus pares. Mas sinto que 90% dos deputados da frente evangélica querem apoiar a reeleição do presidente Bolsonaro", afirmou ele em entrevista ao Estadão, neste mês.

Nas últimas semanas, Bolsonaro tem feito acenos ao eleitorado evangélico. Em janeiro, por exemplo, o presidente prometeu vetar o projeto de lei que legaliza cassinos, jogo do bicho e caça-níqueis no País, caso a proposta seja aprovada no Congresso.

No ano passado, Bolsonaro indicou o ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União André Mendonça para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente havia prometido nomear para a Corte alguém com perfil "terrivelmente evangélico". Mendonça é pastor presbiteriano.

Abalo

A relação de Bolsonaro com os evangélicos, contudo, ficou abalada na virada do ano. De folga no litoral paulista, o chefe do Executivo dançou funk em uma lancha junto com uma mulher de biquíni, o que provocou críticas de apoiadores religiosos.

Após a folga de fim de ano, e apenas dois dias depois de ter deixado o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde ficou internado no começo de janeiro com um quadro de obstrução intestinal, Bolsonaro compareceu a um culto evangélico, em Brasília, na companhia da primeira-dama Michelle Bolsonaro e do ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni.

Já no cargo de secretário da bancada evangélica no Congresso, Eduardo Bolsonaro publicou em suas redes sociais uma imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a afirmação de que o petista teria defendido o vereador Renato Freitas, que invadiu uma igreja em Curitiba durante um protesto.

Em entrevista à Rádio Banda B, de Curitiba, na terça-feira, 15, Lula disse que o vereador "está errado" e precisa pedir desculpas, mas deve ser perdoado. "Não existe cristão comunista /socialista. De um lado, quem luta pelas famílias e pela fé em Deus. De outro, comunistas ateus que louvam sua causa e defendem a destruição da fé Cristã. Quem você escolhe? Se você quer ter liberdade de culto e fé, já sabe de que lado está…", escreveu o filho do presidente, nesta quarta-feira, 16, na legenda que acompanha a foto de Lula.

Em 2018, a maioria do eleitorado evangélico votou em Bolsonaro para presidente, em oposição ao candidato do PT que chegou ao segundo turno, o ex-ministro Fernando Haddad. De acordo com pesquisa Ipec divulgada em dezembro passado, no entanto, Lula tem 34% das intenções de voto para a Presidência entre evangélicos, empatado tecnicamente com Bolsonaro, que marca 33%.

Estadão
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