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Política

Eduardo Leite alerta para influência de redes sociais sobre políticos; 'problema para democracia'

Governador do Rio Grande do Sul disse que redes sociais podem distorcer opinião pública, influenciando tomada de decisão de agentes políticos; Rafael Fonteles e João Azevedo também participaram do evento

9 dez 2023 - 16h36
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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), alertou, neste sábado, 9, sobre o perigo das plataformas digitais para a democracia. Ele afirmou que as redes sociais podem distorcer a opinião pública, influenciando a tomada de decisão de agentes políticos em favor de grupos específicos. As preocupações foram compartilhadas pelos governadores do Piauí, Rafael Fonteles (PT), e da Paraíba, João Azevedo (PSB).

Os três chefes de Executivos estaduais discutiram a democracia digital no 6º Encontro Nacional de Liderança e Gestão Pública, do Centro de Liderança Pública (CLP), em São Paulo. A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), não compareceu e foi representada por sua vice, Priscila Krause (Cidadania).

Governadores se reúnem durante evento que discute governança e gestão publica na Faculdade Armando Alvares Penteado (FAAP), zona oeste de São Paulo
Governadores se reúnem durante evento que discute governança e gestão publica na Faculdade Armando Alvares Penteado (FAAP), zona oeste de São Paulo
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

Leite destacou que as plataformas digitais introduziram um novo perigo à democracia, permitindo que líderes políticos sejam influenciados por uma opinião pública distorcida gerada por algoritmos ou ações planejadas por grupos específicos. Ele disse ainda que os agentes políticos não devem pautar decisões pelo termômetro das redes, enfatizando a importância de embasar políticas públicas em estudos e dados.

Durante o encontro, Leite mencionou o caso de um senador que admitiu ter mudado o voto para a Presidência do Senado com base em uma enquete nas redes sociais em 2019. Em tom crítico, ele sugeriu a implementação de um sistema eletrônico se essa abordagem prevalecer, argumentando que os parlamentares, remunerados para tomar decisões fundamentadas, não deveriam ser influenciados dessa forma.

"Temos um problema para a democracia na medida em que a opinião de líderes é influenciada pelas redes sociais", destacou o governador do Rio Grande do Sul, que foi acompanhado por seus pares.

Rafael Fonteles (PT) foi um dos governadores que participou do evento que discute governança e gestão pública na Faculdade Armando Alvares Penteado (FAAP)
Rafael Fonteles (PT) foi um dos governadores que participou do evento que discute governança e gestão pública na Faculdade Armando Alvares Penteado (FAAP)
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

Rafael Fonteles reconheceu os desafios trazidos pelo avanço tecnológico à democracia. Porém, o governador do Piauí ressaltou que essa transformação possibilitou a implementação de mecanismos de participação popular no orçamento dos Estados de forma mais eficaz do que há dez anos. "Hoje, não sei gerir um Estado sem WhatsApp", afirmou em tom de brincadeira.

Avanço de IA traz desafios para sociedade

Os governadores discutiram também o uso da Inteligência Artificial (IA). Eles concordaram que a tecnologia já é uma realidade e que vai transformar o mundo nos próximos anos. João Azevedo destacou que o uso da IA ainda gera incertezas. "Quando aplicada de forma positiva, a Inteligência Artificial se torna uma revolução na vida das pessoas, embora seja importante compreendermos aonde isso vai nos levar".

Governadores debateram governança e gestão pública e discutiram uso da Inteligência Artificial
Governadores debateram governança e gestão pública e discutiram uso da Inteligência Artificial
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

Fonteles e Leite ainda demonstraram preocupação com as mudanças no mundo do trabalho devido à IA. Segundo eles, o avanço da eficiência da IA implica na substituição de trabalhadores.

"O cidadão comum perdeu seu emprego na linha de produção para um robô, virou motorista de Uber, mas em breve os carros serão autônomos. Essa situação gera ansiedade na população", afirmou Leite, acrescentando que é necessário procurar soluções e não culpados para essa questão.

Estadão
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