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Política

Eike pagou US$ 16,5 milhões em propinas a Cabral, diz PF

26 jan 2017 - 12h22
(atualizado às 17h06)
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Tacio Muniz, delegado da Polícia Federal, durante coletiva de imprensa no Rio sobre a Operação Eficiência
Tacio Muniz, delegado da Polícia Federal, durante coletiva de imprensa no Rio sobre a Operação Eficiência
Foto: EFE

O empresário Eike Batista, considerado desde esta quinta-feira como foragido pela Justiça, pagou US$ 16,5 milhões em propinas ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, informaram membros do Ministério Público (MP) e da Polícia Federal (PF) em entrevista coletiva.

A operação financeira foi feita por meio de um contrato fictício que simulou a compra de uma mina de ouro por testas de ferro de Cabral, que está preso desde novembro do ano passado, dentro de um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

A PF realizou hoje uma operação sobre uma rede de corrupção comandada por Cabral. Foram expedidas nove ordens de prisão, entre elas uma contra Eike, que não foi encontrado em sua casa. Segundo os advogados do empresário, ele está no exterior.

O promotor Leonardo Freitas disse as investigações comprovaram que Cabral montou uma organização criminosa em 2002, quando era deputado estadual no Rio de Janeiro. O grupo se expandiu a partir de 2007, quando ele foi eleito governador do Estado.

Eike Batista pagou US$ 16,5 milhões em propinas a Cabral:

As investigações realizadas após a prisão de Cabral, em novembro do ano passado, levaram os agentes da PF a descobrir que o ex-governador mantinha contas abertas em bancos no exterior. Em uma delas, foram encontrados US$ 100 milhões. Todo o dinheiro, indicou Freitas, seria produto de práticas corruptas.

Sobre Eike, o delegado Tacio Muzzi disse que a suspeita é que o empresário saiu do país na última terça-feira, em um voo para Nova York, utilizando um passaporte alemão. Os advogados disseram que Eike pretende voltar ao país e se entregar, mas será considerado "foragido" da Justiça se não aparecer em breve.

Eike, de 60 anos, chegou a acumular uma fortuna calculada de US$ 30 bilhões em 2010, mas, nos últimos anos, caiu em desgraça após entrar em negócios arriscados e foi obrigado a vender a maioria de suas empresas ou declarar falência de parte delas.

Na operação realizada hoje pela Polícia Federal foram presas outras quatro pessoas e levadas a prestar depoimento em condução coercitiva outras três, entre elas está Suzana Neves, ex-esposa de Cabral e prima do senador Aécio Neves.

EFE   
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