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Política

Eleição tensa é incapaz de alterar rotinas na cidade mais bolsonarista

Nova Pádua (RS), com 2,5 mil moradores, deu 92,96% de seus votos ao presidente em 2018; sem polarização, tensão política passa longe

2 out 2022 - 05h11
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Enviado especial / Nova Pádua

O vice-prefeito de Nova Pádua (RS), Inacio Sonda, tem neste domingo, 2, um compromisso especial. É dia de confraternizar com os demais descendentes do seu pai, na casa que era do patriarca, um líder político da emancipação da cidade, morto há cinco anos.

O ritual de todo domingo, seguido há quatro décadas e hoje compartilhado por 35 pessoas, só é adiado por um motivo de força maior. Nem uma das eleições mais tensas da história do Brasil é capaz de suspender o evento familiar. Tampouco ameaça a paz na cidade que no segundo turno de 2018 deu o maior porcentual de votos para Jair Bolsonaro no País: 92,96%. Sem clima de campanha, não há provocações. Muito menos violência.

Sonda prevê que no primeiro turno a votação na cidade seja dividida com outros adversários do ex-presidente Lula. Em um eventual segundo turno, na sua avaliação, o candidato do PL de novo chegaria perto de 100% dos votos válidos entre os 2,5 mil habitantes - o equivalente a metade dos moradores do icônico edifício Copan, em São Paulo.

"Ele está preservando a família e a religião", sustenta, em uma pausa no jogo de cartas no Açougue e Minimercado Bunai, ponto de encontro local, ao se referir às prioridades de um município formado em sua maior parte por agricultores de origem italiana e fé católica, donos de pequenas propriedades.

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    É difícil identificar um dos 134 eleitores que votaram no PT no segundo turno em 2018. O partido nunca elegeu um vereador nos 30 anos de história do município. Das nove cadeiras da Câmara, cinco são do partido do prefeito (PP), Danrlei Pilatti, e do vice.

    Para tentar estruturar o PT, Adelar Stuani, servidor municipal aposentado, gastou do próprio bolso parte do salário de motorista da prefeitura, mas fracassou. "O PT de fora não ajuda", disse. Candidato a prefeito pelo PTB em 2020, quando conquistou 30 votos, ele construiu uma tese na época em que percorria propriedades a serviço da Secretaria de Agricultura. "Há 60% dos agricultores que ganham entre 11 e 20 salários mínimos mensais", afirmou. "O perfil de alta renda é mais associado ao eleitorado do Bolsonaro."

    Estadão
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