Eleições 2024: Quantos candidatos morreram durante a campanha eleitoral deste ano?
Dois políticos que morreram haviam se registrado na Justiça Eleitoral como candidatos a prefeito; partidos podem pedir a substituição dos falecidos
BRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferiu até esta sexta-feira, 13, candidaturas de 73 pessoas que morreram após o registro para disputar as eleições municipais deste ano. Dos políticos falecidos, dois concorriam a prefeituras, quatro eram vices em chapas majoritárias e 67 queriam se tornar vereadores.
Quando um candidato morre entre o registro de candidatura e o dia das eleições, cabe ao partido do político a entrega da certidão de óbito ao TSE. A legenda pode pedir, em até dez dias após a notificação do falecimento, a substituição do candidato por outro. Caso isso não ocorra, a sigla terá um desfalque no pleito.
Em João Dias (RN), o atual chefe do Executivo local, Marcelo Oliveira (União), que almejava a reeleição ao cargo, foi assassinado a tiros no dia 27 de agosto, em um crime investigado pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte. O partido enviou ao TSE nesta segunda-feira, 10, um pedido para que ele seja substituído pela agricultora Maria de Fátima Mesquita (União), viúva do prefeito. A solicitação foi aceita pela Justiça Eleitoral nesta quinta-feira, 12.
Em Itatinga, no interior de São Paulo, o vereador Lukas Machado (Podemos), que se candidatou para comandar a prefeitura do município, foi encontrado morto dentro da residência dele no último dia 23. A Polícia Civil de São Paulo suspeita de overdose. O partido de Machado pediu, no dia 29 de agosto, que a candidatura dele fosse substituída pela assistente social Aline Santiago, do PSD, legenda da coligação. A troca foi acatada pela Justiça Eleitoral nesta quinta.
O MDB é o partido que mais perdeu candidatos devido a mortes, com nove candidaturas indeferidas em todo o País. Também há registros no PL (8), PSD (8), Avante (7), Podemos (6), Republicanos (6), União Brasil (4), PP (4), PT (4), Mobiliza (2), PSB (2), PV (2), Rede (2), PDT (2), Novo (1), Agir (1), PSDB (1), PMB (1), PRD (1) e Solidariedade (1).
Grande parte dos políticos que morreram antes da disputa das eleições são de cidades de Minas Gerais (17) e São Paulo (14). Outras mortes ocorreram em municípios dos Estados de Rio Grande do Sul (6), Goiás (6), Pernambuco (5), Rio de Janeiro (4), Paraná (4), Rio Grande do Norte (3), Santa Catarina (3), Pará (3), Piauí (2), Ceará (2), Espírito Santo (2), Mato Grosso do Sul (1) Bahia (1).
Candidata ao cargo de vereador em Macaé, no Norte Fluminense, Juliana Machado de Medeiros (Avante) foi a candidata mais jovem a morrer após o registro no TSE. Cinco dias depois de completar 22 anos, em 27 de agosto, ela faleceu devido a um tumor cerebral.
Juliana era professora e tentou se eleger vereadora de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, em 2020, mas não obteve sucesso. O Avante não pediu a substituição da candidatura dela.
O candidato mais velho a morrer nestas eleições foi Theodorinho (Podemos), que almejava se tornar vereador de Montanha, no interior do Espírito Santo. Ele faleceu no último dia 20 de agosto, aos 84 anos. O partido não informou as causas da morte. O Podemos não solicitou à Justiça Eleitoral a troca de candidato.
Gracinda Marinda (MDB), que disputava uma vaga na Câmara Municipal de Toledo, no interior do Paraná, era uma das políticas "gringas" que participava das eleições deste ano. Nascida em Portugal, a professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) naturalizada brasileira ia estrear nas urnas.
No dia 9 de agosto, ela estava com o marido no avião da VoePass, que caiu em Vinhedo (SP). A tragédia tirou a vida 58 passageiros e quatro tripulantes. O partido pediu que ela fosse substituída nas urnas pela empresária Cláudia Siega (MDB), o que foi aceito pelo TSE no último dia 5 de setembro.