Em CPI, delator diz ter medo de terminar como Celso Daniel
Pedro Barusco delatou esquema de desvio de dinheiro de contratos da estatal para o PT
Depois de quase cinco horas de depoimento na CPI da Petrobras da Câmara dos Deputados, o ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco disse, nesta terça-feira (10), que tem medo de terminar como Celso Daniel (PT), ex-prefeito de Santo André assassinado em 2002. O Ministério Público acredita que o petista foi vítima de crime político por descobrir um esquema de desvios de recursos públicos no município.
“Medo eu tenho, né? Todo mundo tem medo. É uma situação em que eu me coloquei e tenho que enfrentar”, disse, após reagir com um sorriso à pergunta de Vitor Lippi (PSDB-SP). O parlamentar havia questionado: “O senhor não tem medo de terminar como Celso Daniel?”
O tucano fez a afirmação após elogiar a “coragem” de Barusco por denunciar o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, como suposto recebedor de propina do partido. Ele lembrou que o tesoureiro é homem de confiança de Dilma e Lula, uma pessoa fundamental no partido.
Em seu depoimento na CPI da Petrobras, Barusco disse que se reunia com Vaccari, representante do PT no esquema. Segundo o delator, o tesoureiro era chamado de “Mocha” nos relatórios sobre as propinas, “porque ele estava sempre com uma mochila”.
Barsuco estima que o PT recebeu até US$ 200 milhões de propina, já que o percentual do partido era o dobro do previsto para ele e para Renato Duque, que era responsável pela Diretoria de Serviços da estatal. O ex-gerente fez acordo para devolver US$ 97 milhões de contas depositadas no exterior.