Em encontro com Dilma, Eduardo Campos entrega cargos do PSB
Partido deixaria governo sem ruptura e informando que "vai contribuir com o que for necessário" para o bem do País
O presidente nacional do PSB e pré-candidato à Presidência da República em 2014, Eduardo Campos, entregou na tarde desta quarta-feira uma carta à presidente Dilma Rousseff na qual expressa o desejo do partido em deixar os cargos que ocupam na esfera federal. Hoje, a legenda comanda os ministérios da Integração Nacional e de Portos, as presidências da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), além de cargos do terceiro escalão.
Segundo fontes ligadas a Campos, o tom da carta não é de ruptura. Informa que o PSB deixa o governo, mas que "vai contribuir com o que for necessário" para o bem do País. O movimento político e o tom empregado foram definidos em encontro da executiva nacional do partido, que terminou pouco depois das 15h de hoje. O teor completo será divulgado pelo partido após o encontro entre Campos e Dilma.
O Palácio do Planalto antecipou que o encontro foi apenas entre Dilma e Campos e durou cerca de 40 minutos.
A saída dos dois ministros inicia as mudanças que a presidente fará já de olho no cenário eleitoral do ano que vem. Até o fim do ano, outros ministros devem deixar o governo, como a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pré-candidata ao governo do Paraná.
Apesar de a candidatura de Campos em 2014 ser um fato claro nos bastidores em Brasília, entregar dois ministérios do seu partido é o gesto mais contundente de que o presidente do PSB deverá disputar eleição com Dilma Rousseff. Eduardo Campos não é um candidato ainda conhecido no País, mas interlocutores dizem que sua tentativa ao Planalto pode preocupar Dilma, uma vez que ele potencialmente roubaria votos no Nordeste, onde a presidente é mais bem avaliada.