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Política

Em encontro com empresários, Bolsonaro diz não temer CPI

Presidente e ministros participaram de reunião virtual com 40 representantes do setor produtivo

20 abr 2021 - 17h35
(atualizado às 17h57)
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Em mais um esforço para se aproximar do setor produtivo, o presidente Jair Bolsonaro convocou dez ministros nesta terça-feira,20, para a sua primeira reunião do ano com empresários do 'Diálogos pelo Brasil', grupo criado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, para mediar a relação do setor com o governo federal.

No último dia 7, Bolsonaro participou de um jantar em São Paulo com cerca de 20 empresários na casa do empresário Washington Cinel, dono da empresa de segurança Gocil. O evento desta terça-feira, 20, foi realizado por videoconferência e contou com a presença de 40 grandes empresários e executivos do País. Entre eles estavam Abílio Diniz (Península), André Bier Gerdau Johannpeter (Gerdau), André Esteves (BTG Pactual), Wesley Batista Filho (JBS), Rubens Ometto (Cosan) e Luiz Carlos Trabuco (Bradesco).

Segundo relatos de participantes, em sua fala o presidente fez uma crítica indireta aos governadores ao reclamar do "abre e fecha" do comércio, elogiou o ministro da Economia, Paulo Guedes, e disse que "não teme" a CPI da Covid no Senado. Bolsonaro também exaltou as ações do governo federal contra a pandemia após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, dizer que cerca de 900 mil kits para intubação de pacientes graves com covid-19 chegarão ainda nesta semana ao País, importados da Espanha.

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia em Brasília
08/04/2021 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia em Brasília 08/04/2021 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O ministro da Saúde fez a fala mais longa da reunião. Queiroga disse aos empresários que prevê "um horizonte melhor" de vacinação entre maio e junho e defendeu que é preciso encontrar uma solução para evitar aglomerações no transporte público - uma prerrogativa dos Estados e municípios. O ministro também pregou o distanciamento social e uso de máscaras, mas afirmou que um novo protocolo para uso de medicamentos do "kit covid" nos hospitais será anunciado em breve. Defendido por Bolsonaro, o tratamento precoce contra a covid não tem base científica.

Todos os ministros presentes fizeram uma pequena apresentação sobre suas pastas e Skaf foi o único a falar em nome dos empresários. O presidente da Fiesp apresentou uma lista com três "demandas" do setor, combinadas previamente em um grupo de WhatsApp: ampliação e aceleração da vacinação, reforma administrativa e um bom ambiente econômico.

No momento que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é alvo de notícia-crime do ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas Alexandre Saraiva, pelo suposto a madeireiros investigados pela PF, e na véspera do início da Cúpula do Clima nos EUA, o tema ambiental também foi uma preocupação dos empresários. Skaf pediu uma outra reunião nesta quarta-feira, 21, específica sobre o tema. Além de Salles, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o embaixador Leonardo Athayde, negociador da agenda do clima, vão falar com os empresários.

Tereza Cristina, destacou que o Brasil vem batendo seguidos recordes em suas safras. "Teremos este ano o fechamento da safra com mais de 272 milhões de toneladas. E muito provavelmente o presidente Jair Bolsonaro vai chegar ao seu último ano de mandato bem próximo dos 300 milhões de toneladas", afirmou a ministra da Agricultura.

O ministro Carlos França disse que está trabalhando pela modernização do Mercosul, ao reforçar a vertente econômica comercial do bloco, com impulso à negociação de acordos comerciais como o da União Europeia e com outros países ao redor do mundo. "Temos atuado no sentido de facilitar a compra de insumos para a vacina e o imunizante pronto, a fim de que possam estar disponíveis para atender a população brasileira o mais rápido possível", afirmou.

Também participaram do encontro virtual o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos e o secretário de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha.

Estadão
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