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Política

Em meio a plano de golpe, general sugeriu a Bolsonaro colocar Braga Netto na Defesa, diz TV

Fala foi dita por Mário Fernandes em uma conversa com Marcelo Câmara no dia 10 de novembro de 2022

26 nov 2024 - 12h01
(atualizado às 12h16)
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Reunião no apartamento do ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, em Brasília, é investigada pela Polícia Federal como possível momento de articulação para arregimentar militares a plano golpista.
Reunião no apartamento do ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, em Brasília, é investigada pela Polícia Federal como possível momento de articulação para arregimentar militares a plano golpista.
Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão

O general da reserva Mário Fernandes, suspeito de envolvimento no plano para matar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, afirma em um diálogo com Marcelo Câmara, então assessor de Jair Bolsonaro (PL), que sugeriu a troca do ministro da Defesa ao então presidente. A informação é da GloboNews.

De acordo com áudio obtido pela emissora, a proposta era colocar o general Braga Netto -- também suspeito de participação na tentativa de golpe -- à frente da pasta. "Ontem, falei com o presidente. Porra, cara, eu tava pensando aqui, sugeri o presidente até, porra, ele pensar em mudar de novo o MD [Ministério da Defesa], porra. Bota de novo o General Braga Netto lá. General Braga Netto tá indignado, porra, ele vai ter um apoio mais efetivo", diz Fernandes.

Segundo a TV, o diálogo aconteceu em 10 de novembro de 2022. Um dia antes, Fernandes esteve no Palácio da Alvorada, conforme registros da Polícia Federal (PF). O general é suspeito de ter elaborado o documento que detalha o plano de assassinato das autoridades após as eleições daquele ano.

Ainda segundo o áudio, Fernandes estava disposto a enfrentar as consequências da ação. "Reestrutura [o MD] de novo, porra. Ah, não, porra, aí vão alegar que eu tô mudando isso pra dar um golpe. Porra, negão. Qualquer solução, Caveira, tu sabe que ela não vai acontecer sem quebrar ovos, né, sem quebrar cristais. Então, meu amigo, partir pra cima, apoio popular é o que não falta", afirma.

De acordo com as investigações da PF, o golpe não aconteceu porque os então comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Júnior, se negaram a participar. 

Inquérito deve ser enviado à PGR

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve enviar nesta terça-feira, 26, à Procuradoria-Geral da República (PGR) o inquérito da Polícia Federal que indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado.

Cabe ao procurador-geral da República Paulo Gonet a análise do documento, da qual despontam três alternativas: denunciar os indiciados ao STF, arquivar o caso ou solicitar novas diligências. O prazo para a manifestação da PGR é de 15 dias, mas não há limite para uma eventual apresentação de denúncia.

A tendência é que o parecer de Gonet fique para 2025, pela proximidade do recesso do Judiciário e pela extensão do inquérito produzido pela PF, que passa das 800 páginas. Se os indiciados forem denunciados pela PGR, caberá à Primeira Turma do Supremo aceitar ou não as denúncias.

Além do ex-presidente, a lista dos 37 indiciados pela PF na quinta-feira, 21, contém nomes que fizeram parte do alto escalão da gestão federal anterior, como Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Anderson Torres (Justiça) e Augusto Heleno (GSI), além de aliados de confiança de Bolsonaro, como Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, e Filipe Martins, seu ex-assessor internacional. *(Com informações do Estadão Conteúdo).

Fonte: Redação Terra
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