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Política

Em Portugal, Lula pede paz entre Rússia e Ucrânia e sugere "terceira via"

Lula disse que o Brasil não quer participar de guerra e quer encontrar grupo de pessoas para fazer a paz

22 abr 2023 - 13h07
(atualizado às 13h34)
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Lula voltou a defender uma "terceira via" quanto à guerra e afirmou que não irá à Ucrânia, assim como não foi à Rússia
Lula voltou a defender uma "terceira via" quanto à guerra e afirmou que não irá à Ucrânia, assim como não foi à Rússia
Foto: Divulgação/ Ricardo Stuckert / Perfil Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil condena a Rússia por invasão à Ucrânia e que quer uma "terceira via" em vez de escolher um lado. "Faz tempo que meu País tomou decisão de condenar a Rússia pela ocupação e por ferir a integridade territorial da Ucrânia. Demos voto na Organização das Nações Unidas (ONU) criticando a invasão. Entretanto, nós não somos favoráveis à guerra. Queremos a paz e o Brasil tenta encontrar pessoas e países que queiram paz", disse Lula em entrevista coletiva, ao lado do presidente de Portugal, Marcelo Rabelo, citando conversas com os presidentes da França, dos Estados Unidos, da China e do Conselho da União Europeia.

Lula disse que o Brasil não quer participar de guerra e quer encontrar grupo de pessoas para fazer a paz. "O Brasil quer encontrar um jeito de restabelecer a paz entre a Rússia e a Ucrânia. No caso da guerra, a Rússia não quer parar e a Ucrânia não quer parar. Pois bem, temos que encontrar países que em relação de confiança queiram sentar e conversar e parar a guerra. Acho que podemos encontrar a solução para essa guerra da Ucrânia e tenho certeza que será infinitamente melhor ao mundo", prosseguiu ao defender uma solução política e negociada para a guerra, com interlocução externa. "É melhor encontrar saída em torno de uma mesa do que continuar buscando saída no campo de batalha.".

. "Só vou quando houver possibilidade de efetivamente ter clima de construção de paz. Nunca igualei os dois países porque sei o que é invasão e sei o que é integridade territorial. Todos nós achamos que a Rússia errou e já condenamos em todas as resoluções da ONU, mas acho que agora é preciso parar a guerra. Estamos numa situação em que a guerra está fazendo mal para o mundo por problema de fertilizante, de comida. Em vez de escolher um lado, quero uma terceira via", afirmou o presidente brasileiro, destacando que o Brasil está "disposto" a fazer essa ponte.

Lula disse também é que sua "guerra agora" é pelas 33 milhões de pessoas que passam fome no Brasil. "Minha guerra é combater a fome no Brasil e paralelamente buscar construir uma forma do mundo viver em paz", continuou.

Essa é a primeira viagem oficial de Lula à Europa após ter acusado nesta semana Estados Unidos e a Europa de contribuírem com a continuidade da guerra na Ucrânia. Questionado sobre a declaração, Lula disse que "se você não fala em paz, você contribui para a guerra". O presidente contou sobre o pedido da UE para o Brasil vender mísseis à Ucrânia e disse que se tivesse o feito, o País estaria na guerra. "O Brasil não quer a guerra. O Brasil quer a paz", pontuou.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, país que é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disse que a posição portuguesa é diferente em relação à Ucrânia, por não apenas condenar a invasão russa à Ucrânia e por entender que o caminho da paz é permitir à Ucrânia que possa se defender e recuperar seu território. "Portugal é solidário ao povo ucraniano, à Otan e à União Europeia e pensa que não é situação justa não permitir à Ucrânia defender-se e tentar recuperar território que foi invadido com violação da integridade territorial e da soberania de Estado", disse.

Sobre o papel de Brasil e Portugal no conflito, Rebelo afirmou que ambos procuram pontes de entendimento e que votaram "sempre do mesmo lado" nas resoluções da ONU. "Procuramos pontes de entendimento. Compete às autoridades de cada país, desenvolver o que consideram prioridade a cada país. Para Portugal, país que é aliado à Otan, a linha é uma de apoio à Ucrânia", observou Rebelo.

Estadão
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