Entrar nos EUA com documentos falsos é crime e pode levar a 10 anos de prisão
Suspeita de falsificação de carteira de vacinação contra a covid-19 recai sobre Jair Bolsonaro
A falsificação de documentos para entrar nos Estados Unidos pode levar a dez anos de prisão em solo americano. Nesta quarta-feira, 3, a Polícia Federal realiza uma operação que investiga um suposto esquema de inserção de dados falsos em carteiras de vacinação contra a covid-19 em sistemas do Ministério da Saúde. A suspeita é de que os dados tenham sido forjados para a entrada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos EUA.
A identificação de documentos falsos é qualificada nos EUA como fraude, e podem acarretar em penas de até 10 anos de prisão. Inclusive, em 2021, o país incluiu na lista de documentos a certificação da vacina contra a covid-19. A obrigatoriedade da imunização contra a doença em solo americano é obrigatória até o dia 12 de maio deste ano.
Conforme consta no site da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, o benefício migratório não será concedido àqueles que usarem documentos fraudulentos para a entrada no país, e poderá ser imputadas multas e prisão. Os incidentes dessa natureza são analisados pela Justiça de acordo com as leis brasileiras e americanas.
Investigação no Brasil
A Operação Venire investiga supostas fraudes em carteiras de vacinação contra a covid-19. Nesta quarta, a Polícia Federal prendeu Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, os seguranças de ex-presidente, Max Guilherme e Sergio Cordeiro, além de João Carlos de Souza Brecha, secretário municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ).
Também foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão. Entre os endereços alvo, está o do ex-chefe do Executivo. No local, a PF apreendeu os celulares dele e da ex-primeira-dama, Michelle. Os celulares deles foram confiscados pelos agentes.
A investigação apura a falsificação de dados das seguintes carteiras de vacinação:
• Jair Bolsonaro;
• Laura Bolsonaro, filha do ex-presidente;
• Mauro Cid, além da mulher e filha dele.
A operação é deflagrada em Brasília e no Rio de Janeiro. Conforme a PF, os dados falsos foram supostamente inseridos, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde. O objetivo era burlar as restrições sanitárias vigentes impostas pelo Brasil e Estados Unidos.
Caso sejam confirmadas as suspeitas, os envolvidos podem responder por:
• crimes de infração de medida sanitária preventiva;
• associação criminosa;
• inserção de dados falsos em sistemas de informação;
• corrupção de menores.