"Eu estou na UTI, não morri ainda. Alguém já queria dividir meu espólio", diz Bolsonaro sobre inelegibilidade
Em entrevista, ex-presidente falou sobre possível sucessor após decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que o deixou inelegível por 8 anos
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira, 3, que não é "justo" discutir antecipadamente quem será o "sucessor do bolsonarismo" ou herdeiro de seu legado político para as eleições de 2026. A declaração foi dada ao programa Pânico, da Jovem Pan News.
Na última sexta-feira, 30, o TSE entendeu que o ex-presidente cometeu abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação devido à sua participação em uma reunião com embaixadores estrangeiros, na qual fez alegações infundadas contra o sistema eleitoral, tornando-o inelegível por 8 anos.
“Não é justo [falar de substituto]. Estou na UTI, não morri ainda, não é justo alguém querer dividir o meu espólio. Não tem nome de conhecimento no país todo para fazer o que fiz nos 4 anos, nós ajudamos a surgir certas lideranças. (…) Bons nomes apareceram, mas ainda não tem esse carimbo”, afirmou o ex-chefe do Executivo.
Embora considere injusto discutir antecipadamente seu sucessor, Bolsonaro mencionou possíveis nomes que estão surgindo como candidatos para herdar seus 58 milhões de votos. Entre eles estão o governador Tarcísio de Freitas, o governador de Minas Gerais Romeu Zema e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No entanto, Bolsonaro acredita que novos nomes ainda surgirão e alertou que aqueles que começarem a se destacar agora enfrentarão grandes desafios. Ele comparou a situação dizendo que "quem tomar largada agora vai levar tiro de bazuca".
“Uma piada que conte, vai virar escândalo nacional. Tem muito tempo ainda. E 2026 passa pelas eleições de 2024. (…) Vão aparecer os precoces, como já apareceu um precoce dizendo ‘nem a direita, nem esquerda, vamos para o centro unir todo mundo'”, completou.