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Política

EUA e União Europeia rebatem fala de Lula sobre guerra; Casa Branca vê repetição de propaganda russa

Porta-voz de segurança da presidência americana diz que postura de presidente brasileiro é 'problemática' e 'equivocada'

17 abr 2023 - 18h37
(atualizado às 18h54)
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Lula com o presidente chinês, Xi Jinping
Lula com o presidente chinês, Xi Jinping
Foto: Ricardo Stuckert

A posição adotada pelo Brasil com relação à guerra na Ucrânia é "profundamente problemática" e "equivocada", na visão da Casa Branca. O porta-voz de segurança nacional na presidência americana, John Kirby, fez duras críticas às recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - sem citar o nome do mandatário brasileiro, nesta segunda-feira, quando acusou o Brasil de repetir propaganda da Rússia e da China.

"Nós acreditamos que é profundamente problemático como o Brasil abordou de forma substancial e retórica esta questão, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra", disse Kirby. "Francamente, nesse caso, o Brasil está repetindo propaganda russa e chinesa sem olhar para os fatos", afirmou.

A União Europeia também rebateu declarações de Lula e negou contribuir para prolongamento da guerra na Ucrânia. Em coletiva de imprensa, o porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, negou que as ações do bloco tenham alimentado o conflito e enfatizou que a Rússia é a agressora neste caso. "O que estamos fazendo é ajudar a Ucrânia a exercer seu direito legítimo de autodefesa", afirmou.

Neste fim de semana, Lula voltou a afirmar que a responsabilidade pela invasão russa na Ucrânia é tanto de Moscou quanto de Kiev. "A decisão da guerra foi tomada por dois países", disse em entrevista antes de deixar os Emirados Árabes. Ao defender sua ideia de criar um clube de paz para negociar com Rússia e Ucrânia, ele também criticou a posição dos Estados Unidos e da União Europeia, sugerindo que europeus e americanos prolongam o conflito. "O presidente Putin não toma iniciativa de parar, o Zelenski não toma iniciativa de parar, e Europa e Estados Unidos terminam dando uma contribuição para a continuidade dessa guerra", afirmou Lula.

Durante a visita à China, o presidente brasileiro chegou a dizer que EUA incentivam a guerra e novamente colocou em posição de equivalência os mandatários da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelenski. "É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz pra que a gente possa convencer o Putin e o Zelenski de que a paz interessa a todo mundo e a guerra só tá interessando, por enquanto, aos dois", afirmou o presidente brasileiro, na passagem por Pequim.

A comunidade internacional condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, que teve início com bombardeios ordenados por Moscou contra alvos militares ucranianos. Na Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil condenou também a invasão russa à nação vizinha, mas Lula tem relativizado o conflito em declarações recentes. Nesta segunda-feira, o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, visitou Brasília e disse que Brasil e Rússia têm visões coincidentes sobre a guerra da Ucrânia.

O porta-voz americano afirmou que os EUA querem o fim da guerra e apoiam os apelos de Zelenski pela paz. Isso poderia acontecer imediatamente, disse Kirby, se Putin parasse de atacar.

Estadão
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