Ex-coordenadora do PNI diz que faltou vacina e campanha
Francieli Fantinato afirmou ainda que a politização da vacinação contra a covid-19 foi um dos motivos que a levaram a deixar o cargo
A ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde Francieli Fantinato disse em depoimento à CPI da Covid no Senado nesta quinta-feira que faltaram ao programa de vacinação contra a covid-19 no Brasil quantidade suficiente de vacinas e uma campanha publicitária efetiva para conscientizar a população sobre a necessidade de se vacinar.
Francieli disse ainda que a politização da vacinação contra a covid-19 foi um dos motivos que a levaram a deixar o cargo recentemente. A ex-coordenadora do PNI, incluída pelo relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), no rol de investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito, depõe à CPI com um habeas corpus que lhe permite não assinar compromisso de dizer a verdade.
"Faltou para o PNI sob a minha coordenação quantitativo suficiente para execução rápida de uma campanha e campanhas publicitárias para a segurança dos gestores, profissionais de saúde e população brasileira" disse ela.
"Para um programa de vacinação ter sucesso é simples: é necessário ter vacinas e é necessário ter uma campanha publicitária efetiva. Infelizmente eu não tive nenhum dos dois", acrescentou.
A ex-chefe do PNI também reclamou da politização envolvendo a vacinação, tanto de declarações de autoridades contrárias às vacinas, citando indiretamente o presidente Jair Bolsonaro, e também reclamou de estar sendo investigada pela CPI.
"Quando o líder da nação não fala favorável, a minha opinião pessoal é que isso pode trazer prejuízos", afirmou, sobre as constantes declarações de Bolsonaro contra a vacinação.
"Essa politização do assunto fez com que eu decidisse caminhar com as minhas questões pessoais", afirmou, ao explicar o que a levou a decidir deixar o cargo. "Essa politização trouxe até para mim a condição de investigada sem eu ter sequer sido ouvida."