Ex-ministro de Bolsonaro é alvo de investigação por desvio ético em compra de vacinas
Eduardo Pazuello (PL-RJ) passou a ser investigado pela Comissão de Ética Pública do Governo Federal
O deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) se tornou alvo de um procedimento de investigação da Comissão de Ética Pública do Governo Federal, que busca determinar se houve desvio ético do então ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro (PL) na intermediação da compra de vacinas contra a covid-19.
Além de Pazuello, outros aliados de Bolsonaro também foram investigados pela comissão, que assessora o presidente da República. O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, recebeu "censura ética" por ofensas à imagem do educador Paulo Freire, bem como por ataques a autoridades e instituições de ensino.
Também recebeu "censura ética" o ex-assessor de Assuntos Internacionais, Filipe Martins, por um gesto racista durante uma sessão do Senado Federal, apontou a comissão. A censura é destacada em análises para o preenchimento de cargos públicos.
Pazuello e a compra de vacinas
Em 11 de março de 2021, o então ministro da Saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro participou de uma reunião fora da agenda oficial com um grupo de intermediadores e prometeu comprar 30 milhões de doses da CaronaVac por quase o triplo do preço negociado com o Instituto Butantan, apontou, à época, o jornal Folha de S.Paulo.
A proposta apresentada pela World Brands era de US$ 28 por dose e permitia o depósito de metade do valor total da compra das 30 milhões de doses até dois dias após a assinatura do acordo, totalizando R$ 4,65 bilhões, com a cotação na época.
No começo de 2021, o governo federal adquiriu 100 milhões de doses da CoronaVac do Instituto Butantan por US$ 10 por dose. Pazuello acabou demitido quatro dias após o encontro com os intermediadores.