Ex-ministro de Bolsonaro será investigado em caso das joias sauditas
Além de Bento Albuquerque, são alvos da Presidência os ex-chefes da Receita Federal e do Gabinete de Documentação Histórica
A Comissão de Ética Pública da Presidência (CEP) decidiu iniciar uma investigação para apurar a conduta de três pessoas relacionadas ao caso das joias sauditas do ex-presidente Jair Bolsonaro. O presidente da comissão, Edson Leonardo Dalescio Sá Teles, será o relator do processo.
As informações são da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo. Segundo a publicação, os investigados no processo são Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia; Julio Cesar Vieira Gomes, ex-secretário da Receita Federal; e Marcelo da Silva Vieira, ex-chefe de Gabinete Adjunto de Documentação Histórica.
Caso sejam considerados culpados, eles podem ser penalizados com a "censura ética". Essa advertência fica registrada no currículo da pessoa e pode ser levada em consideração em análises para ocupação de cargos públicos, entre outras situações.
Após avaliar as informações referentes ao caso, a Comissão de Ética concluiu que existem indícios de "materialidade de conduta contrária" ao Código de Conduta da Alta Administração Federal e aos demais padrões normativos éticos. Uma cópia do processo também foi enviada ao Comando do Exército, para que a instituição tome ciência dos acontecimentos e, se necessário, inicie uma apuração ética dos atos praticados pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que atuou diretamente na tentativa de liberação das joias.
Entenda o caso das joias
O ex-secretário da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes, tomou medidas para tentar liberar as peças de diamantes presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo regime saudita. As joias foram retidas por servidores da Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por terem sido trazidas de forma ilegal por um membro da comitiva do ex-ministro Bento Albuquerque.
Na ocasião, o então ministro afirmou que os diamantes seriam destinados a Michelle Bolsonaro, que era primeira-dama. Entretanto, Albuquerque não conseguiu a liberação das peças e, ainda assim, trouxe outra caixa de joias ilegalmente, sem declarar à Receita Federal.