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Política

Ex-presidente do Peru diz não ocultar nada de investigação ligada à Lava Jato

20 mai 2016 - 17h29
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O ex-presidente do Peru, Alan García (1985-1990 e 2006-2011), assegurou nesta sexta-feira que não tem nada que esconder da investigação que uma comissão parlamentar do Peru realiza sobre as possíveis implicações de governantes peruanos na Operação Lava Jato.

Após comparecer em sessão reservada durante três horas perante essa comissão do Congresso peruano, García lembrou à imprensa local que falou na qualidade de convidado e não de investigado, e reiterou que não há nada que lhe vincule com fatos delitivos.

O ex-presidente peruano defendeu que suas atuações como chefe de Estado foram legais e estão explicadas, e lamentou que nem todos os integrantes da comissão investigadora tenham participado da sessão.

"A reunião foi positiva e esclarecedora. Me limitei a responder quais eram minhas atribuições como chefe de Estado e as razões pelas quais se deram alguns projetos de lei e decretos de urgência que, entre outras coisas, permitiram ao país não retroceder em 2009 após a crise mundial", relatou García.

O presidente da comissão parlamentar, o congressista Juan Pari, afirmou que "a cada dia aparecem novos elementos e aspectos que é preciso aprofundar na investigação".

O legislador indicou que sua comissão emitirá um relatório antes que termine a legislatura do parlamento com a informação existente até o momento e os fatos investigados.

O ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006) compareceu na quarta-feira perante a mesma comissão, onde foi interpelado pela construção da Estrada do Pacífico, obra executada pela Odebrecht, que comunica o porto da cidade de Ilo com São Paulo.

Toledo afirmou que essa estrada foi uma obra que concebida durante seu governo, mas que a execução desse projeto correspondeu ao governo de Alan García.

No Peru essa comissão parlamentar, originada pela atuação da Lava Jato no Brasil, começou investigando as supostas reuniões que a empresária brasileira Zaida Sisson manteve com autoridades do segundo governo de Alan García e do atual presidente Ollanta Humala.

Sisson supostamente recebeu US$ 210.000 entre 16 de janeiro de 2009 e 9 de abril de 2010 da Galvão Engenharia e Engevix para que em troca obtivesse a contratação de obras públicas no Peru, segundo disse o lobista Milton Pascovich em sua delação premiada.

O congressista Sergio Tejada, presidente da comissão parlamentar que averiguou as irregularidades do segundo governo de Alan García, revelou que Sisson esteve pelo menos sete vezes no palácio de governo e foi recebida pelo ex-mandatário.

O presidente da construtora UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, disse ao programa televisivo "Cuarto Poder" que Sisson ia ao Peru, além disso, para atuar como intermediária de sua companhia com o governo de Humala.

EFE   
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