Em um impasse que se arrasta há mais de um mês desde a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara, o colegiado corre o risco de ter a sua atividade paralisada neste ano, diante da resistência do pastor frente à pressão popular para que renuncie ao cargo. Na avaliação de ex-presidentes da comissão ouvidos pelo Terra, o momento atual é fruto do abandono da CDH por partidos tradicionalmente ligados à defesa dos direitos humanos, em especial o PT.
Legenda de 13 dos 19 deputados que comandaram a Comissão dos Direitos Humanos desde a sua criação, em 1995, o PT é, na opinião de Pompeo de Mattos (PDT-RS), o principal responsável pela consolidação do grupo nos moldes atuais. "A CDH foi criada à imagem e semelhança do PT, e o PT deu visibilidade, deu importância para a comissão. A gente é obrigado a reconhecer: o PT estruturou a comissão", afirma o ex-deputado, que presidiu o colegiado entre 2008 e 2009.
Na atual legislatura, coube ao PSC, após acordo costurado entre os partidos da base aliada, a presidência da CDH, comissão tradicionalmente comandada por legendas de esquerda - a única exceção, até então, havia sido Eraldo Trindade, do PPB (atual PP), que esteve à frente do colegiado entre 1998 e 1999. "E depois de uma altura em diante, o PT se desinteressou pela comissão. E como não existe lugar vazio, alguém ocupa. (...) O PT não está pegando para ele, não está assumindo, digamos assim, o filho que tem, que é a comissão. Deixam vago o lugar e, aquele que entra, toma pau. No caso do Feliciano, não sem certa razão", analisa o pedetista.
Para o deputado Domingos Dutra (PT-MA), antecessor de Feliciano no cargo, a queda de braço entre os apoiadores e opositores do deputado do PSC deixou a comissão "na extrema unção, entre a vida e a morte". "Esse sentimento de morte da comissão é de autoria coletiva. (...) O que está ocorrendo é menos por ação do Feliciano e mais por um vacilo, por uma omissão coletiva. Primeiro do PT, que não ficou com a comissão e, além de não ficar, não teve o cuidado de negociar com outro partido mais arejado com quem a comissão ficasse, como o PDT, PSB, PCdoB, e não discutiu com o próprio PSC quem seria o indicado, como partido da base", afirma o deputado maranhense.
Somam-se à omissão do PT, de acordo com Dutra, um "conjunto de interesses" contrários à efetiva ação da CDH. "A bancada ruralista tinha o interesse de desalojar o PT da comissão, porque lá todos os projetos de interesse deles eram rejeitados. Havia os evangélicos que estavam também de olho, porque a agenda da comissão não interessava a eles. Juntou-se o interesse do Eduardo Cunha, líder do PMDB, que queria se vingar do governo para recuperar o espaço perdido. Foi um somatório de interesses contrariados e desleixo com a importância da comissão que resultou nisso", avalia.
Internautas usam uma imagem de John Lennon para protestar contra o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. No Facebook, uma página do movimento 'Feliciano não me Representa' foi criada para rebater as mensagens racistas e homofóbicas do parlamentar. Confira as melhores imagens de protesto contra Feliciano
Foto: Reprodução
'Eu sou um boneco de neve e Feliciano não me representa', diz o cartaz criado por dois jovens em um local não identificado
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Ney Matogrosso beija Mart'nália em uma foto divulgada em outra página do Facebook criada para protestar contra o deputado pastor, chamada de 'Beijos para Feliciano'. A imagem dos cantores foi compartilhada por vários usuários
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Internautas também usaram uma montagem criada em uma campanha da Benetton para protestar contra Feliciano - na foto, o presidente americano, Barack Obama, beija o ex-presidente venezuelano, Hugo Chávez
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Em brincadeira, um tomate 'diz' no Facebook que resolveu assumir que é 'fruta': 'fora, Feliciano!'
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Outra imagem que foi apropriada pelos usuários é esta, que mostra o beijo entre as atrizes Meryl Streep e Sandra Bullock durante a entrega dos prêmios do Critics' Choice Movie Awards de 2010
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Outro beijo de Caetano Veloso, desta vez em Jorge Mautner
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A modelo Yasmin Brunet beija a atriz Antônia Morais em protesto contra Marco Feliciano
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Internautas também brincaram postando fotos de 'beijos' entre animais, como este gato lambendo o focinho de um cachorro
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Foto de um beijo entre Gilberto Gil e Caetano Veloso também percorre a internet como parte da campanha
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Homem se veste de Jesus e alega que o deputado Pastor Marco Feliciano não o representa. Com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, vários protestos e campanhas contra o pastor evangélico surgiram nas ruas e na internet
Foto: Facebook / Reprodução
Outra imagem bem humorada mostra um boneco do personagem Mario protestando contra o deputado
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Uma família formada por duas mães e uma filha participa do protesto pela internet
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Outro internauta preferiu não revelar sua orientação sexual, que 'não é da conta de ninguém'
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Até a imagem do humorista Mussum foi usada no protesto contra as declarações racistas de Feliciano
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O vereador Everlei Martins (PSB), de Cruz Alta (RS), também se manifestou na internet
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Este casal de mulheres também publicou uma foto com um cartaz afirmando que não é representado pelo deputado
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Outro casal de mulheres anuncia que vai se casar no protesto contra o pastor
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Família formada por dois pais e duas crianças se manifesta contra o pastor Marco Feliciano
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Este homem manifestou seu apoio ao filho gay e protestou contra Feliciano
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Idosa diz ser evangélica, mas nega que o deputado do PSC a represente
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Usuários postaram a foto de um bolo de chocolate 'negro e gay' contra o deputado
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Mulher protesta contra a presença de Feliciano na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara
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Algumas montagens também foram feitas pelos usuários, como esta com o ex-jogador de futebol Maradona
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Uma foto do ator Ian McKellen também foi usada nas montagens. Na imagem, o intérprete dos personagens Gandalf, da trilogia O Senhor dos Anéis, e Magneto, da saga X-Men, traz em sua camiseta uma mensagem dizendo que Feliciano não o representa
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Cachorros e gatos aparecem em fotos com placas também afirmando que o pastor evangélico não os representa
Foto: Facebook / Reprodução
Com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, vários protestos e campanhas contra o pastor evangélico surgiram nas ruas e na internet. No Facebook, uma página do movimento 'Feliciano não me Representa' foi criada para rebater as mensagens racistas e homofóbicas do parlamentar.
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Com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, vários protestos e campanhas contra o pastor evangélico surgiram nas ruas e na internet. No Facebook, uma página do movimento 'Feliciano não me Representa' foi criada para rebater as mensagens racistas e homofóbicas do parlamentar.
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Cachorros e gatos aparecem em fotos com placas também afirmando que o pastor evangélico não os representa
Foto: Facebook / Reprodução
Com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, vários protestos e campanhas contra o pastor evangélico surgiram nas ruas e na internet. No Facebook, uma página do movimento 'Feliciano não me Representa' foi criada para rebater as mensagens racistas e homofóbicas do parlamentar.
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Com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, vários protestos e campanhas contra o pastor evangélico surgiram nas ruas e na internet. No Facebook, uma página do movimento 'Feliciano não me Representa' foi criada para rebater as mensagens racistas e homofóbicas do parlamentar.
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Um boneco do personagem Shrek, do filme de mesmo nome, também foi utilizado pelo movimento criado na internet
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Um hamster também posou para foto de protesto contra Marco Feliciano
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Cachorros e gatos aparecem em fotos com placas também afirmando que o pastor evangélico não os representa
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Alunos de uma escola também fizeram seu protesto
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Com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, vários protestos e campanhas contra o pastor evangélico surgiram nas ruas e na internet. No Facebook, uma página do movimento 'Feliciano não me Representa' foi criada para rebater as mensagens racistas e homofóbicas do parlamentar.
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Algumas imagens se utilizaram da ironia para criticar Feliciano
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Cachorros e gatos aparecem em fotos com placas também afirmando que o pastor evangélico não os representa
Foto: Facebook / Reprodução
Com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, vários protestos e campanhas contra o pastor evangélico surgiram nas ruas e na internet. No Facebook, uma página do movimento 'Feliciano não me Representa' foi criada para rebater as mensagens racistas e homofóbicas do parlamentar.
Foto: Facebook / Reprodução
Com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, vários protestos e campanhas contra o pastor evangélico surgiram nas ruas e na internet. No Facebook, uma página do movimento 'Feliciano não me Representa' foi criada para rebater as mensagens racistas e homofóbicas do parlamentar.
Foto: Facebook / Reprodução
Com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, vários protestos e campanhas contra o pastor evangélico surgiram nas ruas e na internet. No Facebook, uma página do movimento 'Feliciano não me Representa' foi criada para rebater as mensagens racistas e homofóbicas do parlamentar.
Foto: Facebook / Reprodução
O ator Cauã Reymond também aparece nesta imagem com um cartaz da campanha
Foto: Facebook / Reprodução
Com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, vários protestos e campanhas contra o pastor evangélico surgiram nas ruas e na internet. No Facebook, uma página do movimento 'Feliciano não me Representa' foi criada para rebater as mensagens racistas e homofóbicas do parlamentar.
Foto: Facebook / Reprodução
Boneco do personagem do filme E.T. com mensagem contra o deputado Marco Feliciano
Foto: Facebook / Reprodução
Cachorros e gatos aparecem em fotos com placas também afirmando que o pastor evangélico não os representa
Foto: Facebook / Reprodução
No Rio de Janeiro, Sara Winter, integrante do grupo feminista Femen, participa de protesto contra o parlamentar
Foto: Facebook / AFP
Com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, vários protestos e campanhas contra o pastor evangélico surgiram nas ruas e na internet. No Facebook, uma página do movimento 'Feliciano não me Representa' foi criada para rebater as mensagens racistas e homofóbicas do parlamentar.
Foto: Facebook / Reprodução
Cachorro da raça pastor alemão em montagem de protesto contra o deputado Feliciano
Foto: Facebook / Reprodução
Brasileiros que moram em Dublin, capital da Irlanda, se reuniram na Sexta-Feira Santa para protestar contra o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Marco Feliciano (PSC-SP)
Foto: Wesley Rodrigo / Futura Press
Com cartazes os jovens deram força à manifestação 'Feliciano não nos representa'
Foto: Wesley Rodrigo / Futura Press
Os manifestantes carregaram bandeiras do Brasil pelas principais ruas da região central de Dublin
Foto: Wesley Rodrigo / Futura Press
Alguns cartazes contra Marco Feliciano chegaram a ser fixados em monumentos de Dublin
Foto: Wesley Rodrigo / Futura Press
A atriz Fernanda Paes Leme divulgou no Instagram uma foto em que aparece beijando a também atriz Fernanda Rodrigues, em protesto contra a presença de Marco Feliciano na comissão: "#ChupaFeliciano Vc não me Representa!!!!" diz a jovem na rede social
Foto: Instagram / Reprodução
"Somos brasileiros, moramos em Madri e Feliciano não nos representa" é o lema dos brasileiros que se reuniram neste domingo em Sol, praça central da capital espanhola. Leia mais -
Foto: Mani Madrid / Divulgação
Grupo de 20 pessoas com cartazes de protesto se reuniu em Madri, na Espanha, pedindo a saída do deputado Marco Feliciano da presidência da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados brasileira
Foto: Mani Madrid / Divulgação
A modelo Lea T, que fez operação de troca de sexo, postou uma foto dando um selinho na amiga e também modelo Talytha Pugliese. Na legenda, ela escreveu "Fora Feliciano"
Foto: Reprodução
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Eleição de Feliciano é ruptura, diz primeiro presidente da CDH
Um dos principais articuladores do movimento contrário a Marco Feliciano, o deputado federal Nilmário Miranda (PT-MG) vê na eleição do pastor um retrocesso na história da comissão que o petista ajudou a criar, em 1995, tornando-se seu primeiro presidente. "Foi uma ruptura na história da comissão. Ela foi criada para receber minorias, em relação aos direitos humanos e que envolvem questões étnicas, envolvem preconceito homofóbico, enfim. E o pessoal que entrou lá tem uma visão totalmente diferenciada", critica o deputado.
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Segundo Miranda, o grupo liderado por Feliciano esvaziou a comissão de sentido, fortalecido por uma "maioria artificial" criada a partir da saída de membros da CDH contrários à presença do pastor. "Quem está lá é gente que não tem história nem conhecimento de direitos humanos. Não sabe nem do que se trata. Eles têm apoio de líderes importantes, como o líder do PR e do PMDB. Se sentiram amparados e fortes. Mudou a pauta, mudou a agenda. A pauta que está lá hoje não é mais direitos humanos. Por isso que nós saímos", afirma.
Na opinião do petista, Feliciano se escora no exercício da liberdade de expressão para propagar ideias contrárias à essência da comissão. "O problema é que ele, além de não ter história nenhuma, o que ele pensa e difunde vai de encontro (aos interesses da comissão). Não é questão de liberdade de expressão, cada um pensa o que quiser. Agora, para dirigir uma comissão que diz Direitos Humanos e Minorias, tem que ter necessariamente uma identidade com esses propósitos", diz o deputado, que também nega que as críticas a Feliciano sejam motivadas pelo fato de ele ser pastor evangélico. "Não estamos discutindo questão religiosa. Lá não é lugar para isso. Lá é uma comissão do Estado laico, da tolerância religiosa, da liberdade de credo. Agora, aquele que tem concepções racistas, está no lugar errado", argumenta.
Pompeo de Mattos acredita que o acirramento de ânimos provocado pela presença de Feliciano é nocivo à imagem da comissão e do Congresso. "Eu vejo com muita tristeza. Vejo a comissão ser depreciada ao extremo, o que é muito ruim para as grandes lutas das minorias que, ao longo do tempo, encontraram abrigo na Comissão de Direitos Humanos. É uma briga onde perde a Câmara dos Deputados, onde perde o Parlamento, onde perde o cidadão, onde perde a cidadania. Ou seja, é o tipo da atitude do perde-perde. Ninguém ganha nada com isso."
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Futuro da comissão
Os três ex-presidentes consultados pelo Terra foram unânimes ao enxergarem pouca abertura neste momento para um acordo que viabilize a retomada dos trabalhos da CDH. "Eu acho que se tivessem sentado e dialogado com ele, até poderia (haver um acordo). Eu acho que agora virou um impasse, uma queda de braço. As duas partes perderam a chance de fazer uma negociação mediana, e não medieval. Ficou uma disputa medieval. Um pela religião e pela crença, e os outros pela convicção da defesa das minorias", compara Pompeo.
"A única saída é a renúncia dele. Ele não renuncia porque está achando bom. Está se promovendo, promovendo suas ideias. Virou um fascista pop, e está gostando desse papel", dispara Miranda.
Apesar do pessimismo, Domingos Dutra vê algo de positivo no episódio. Segundo o deputado, mesmo com a perda de credibilidade da comissão, a polêmica envolvendo Feliciano servirá de alerta ao PT: "para o ano que vem, eu duvido que o PT deixe a comissão dando sopa". As manifestações populares contra o pastor, no entendimento do petista, também reforçam a importância da CDH na sociedade. "Toda essa omissão que houve partiu da avaliação de que era uma comissão sem importância e que a sociedade não vinha acompanhando. E esse fato revelou que a comissão é importante para o País, que a sociedade brasileira presta atenção na Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Que as questões de direitos humanos no País não estão resolvidas, que há muita injustiça."
Para Pompeo, o fundamental neste momento é "salvar a comissão e a luta das minorias". "Quando vejo isso aí, me dá uma tristeza. Esses dias me deu vontade de chorar. A Comissão de Direitos Humanos não merece isso."