Ex-secretário do governo Bolsonaro diz que vai devolver relógio de R$ 53 mil recebido no Catar
Caio Megale ganhou objeto da marca Cartier durante viagem oficial ao país. No início de março, TCU recomendou a devolução das peças de luxo
O ex-secretário de Desenvolvimento da Indústria e Comércio, Caio Megale, afirmou que devolverá o relógio de luxo que ganhou durante uma viagem oficial a Doha, no Catar, em outubro de 2019. O objeto da marca Cartier, avaliado em R$ 53 mil, foi um presente dado aos integrantes da comitiva brasileira que visitaram o país. A informação foi revelada pela Folha de S. Paulo.
Na segunda-feira, Megale formalizou o pedido de devolução em uma carta destinada ao Ministério da Fazenda. No ofício, o economista solicitou informações sobre qual procedimento deve ser adotado para devolver o item.
O ex-secretário recebeu o presente de luxo em dezembro de 2019, pouco mais de 1 mês após a viagem ao Catar, por meio de um ajudante de ordens da Presidência. Em seguida, Megale acionou a Comissão de Ética da Presidência da República para verificar sobre se poderia ficar com o relógio. A comissão, então, avaliou o caso e decidiu que os membros da comitiva não precisavam devolver os objetos.
No início deste mês, no entanto, o Tribunal de Contas da União (TCU) notificou a Secretaria-Geral e a Comissão de Ética da Presidência da República sobre os objetos. De acordo com o órgão, as peças de luxo recebidas estão em "desacordo com o princípio da moralidade pública."
Segundo a Comissão de Ética, outros integrantes da comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) receberam presentes do mesmo tipo na ocasião depois da viagem.
São eles:
- Ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo;
- Deputado federal Osmar Terra (MDB-RS);
- Ex-presidente da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) Sergio Segovia Barbosa;
- Ex-ministro do Turismo Gilson Machado.
Além de ex-secretário de Desenvolvimento da Indústria e Comércio, Caio Megale também foi diretor de programas no Ministério da Economia, entre os anos de 2019 e 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro. Atualmente, ele ocupa o cargo de economista-chefe de um banco de investimentos.