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Política

Executivos da Camargo Corrêa ficam em silêncio em depoimento

Advogados disseram que não tiveram acesso à investigação e que aguardam informações para colaborar

19 nov 2014 - 11h34
(atualizado às 13h15)
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Os três executivos da construtora Camargo Corrêa que foram presos pela Operação Lava Jato não responderam a questionamentos durante depoimento na manhã desta desta quarta-feira, na sede da Polícia Federal em Curitiba.

O advogado Celso Vilardi, que representa o presidente da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini, e o presidente do Conselho de Administração, João Ricardo Auler, e o advogado Antônio Claudio de Oliveira, que defende o vice-presidente da empresa, Eduardo Leite, criticaram o fato de que não tiveram acesso a informações do inquérito e outras obtidas por meio de delação premiada e que, por isso, seus clientes foram instruídos a não falar.

"Ele (Eduardo Leite) manifestou sua intenção de colaborar com o encontro da verdade. Nós vamos agora, em comum acordo com a autoridade policial, tomar conhecimento de todos os fatos que estão fazendo parte do inquérito. Assim que tivermos conhecimento de todos esses elementos, nós vamos marcar uma data, quando ele quando ele virá, e creio que os outros dois também, então os três virão para prestar depoimentos mais específicos", disse Oliveira. "Hoje houve só esse protesto para conhecer as provas."

Antes do início dos depoimentos, o advogado Vilardi já havia dito que seus dois clientes também não responderiam perguntas. “Eles vão reafirmar que, após a Justiça permitir o acesso a todos os termos da investigação, eles vão colaborar. Por ora, eles vão ficar em silêncio”, afirmou. “Tem muita gente falando a respeito de várias delações e eu não conheço praticamente nenhuma. Eu preciso conhecer tudo antes de falar. Como é que eu vou falar de uma investigação onde uma parte conhece tudo e outra parte não conhece nada?”, questionou o advogado.

"Clientes chocados"

Vilardi ainda criticou a decisão do juiz Sérgio Moro que, na noite de ontem, aceitou pedido do Ministério Público Federal e transformou em prisão preventiva a prisão temporária do presidente Avancini e do conselheiro Auler – o vice-presidente Eduardo Leite já estava sob o regime de prisão preventiva.

“Uma prisão preventiva que eu jamais vi na vida em 25 anos de profissão”, afirmou. “Os clientes estão chocados, estão absolutamente chocados com uma preventiva que foi decretada sendo que, na quinta-feira, o juiz entendeu que a situação dos meus dois clientes era menos grave, que não autorizava uma preventiva, e quatro dias depois decreta-se uma preventiva sem nenhum elemento novo”, completou Vilardi.

A decisão do juiz ainda transformou em preventiva a prisão do ex-diretor da Petrobras Renato Duque e de outros três presos. Outras 11 pessoas foram libertadas da carceragem da PF, e 13 continuam presas. Dos 25 investigados que tiveram prisão decretada na última sexta-feira, apenas Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA), está foragido.

Para esta quarta-feira, também está previsto o depoimento do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que se entregou ontem à Polícia Federal.

Fonte: Especial para Terra
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