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Política

Extremista que invadiu a Câmara em 2016 e ficou impune repete ato e se vangloria: 'Dessa vez, vai'

A invasão ao plenário há mais de seis anos não rendeu nenhum processo criminal aos 57 de manifestantes que adentraram o local com pedidos golpistas

9 jan 2023 - 14h14
(atualizado às 16h41)
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BRASÍLIA - Um extremista que invadiu a Câmara dos Deputados em 2016, cobrando intervenção militar, voltou a tomar o local neste domingo, 8, com apoiadores radicais que defendem a volta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao poder. Marcelo Soares Correa, o cabo Correa, publicou vídeos em suas redes sociais mostrando a invasão atual e lembrando a antiga.

O radical documentou a caminhada dos extremistas desde o quartel-general do Exército em Brasília até o Congresso. Em vídeo publicado em uma rede social, na entrada da Casa Legislativa, Correa relembrou a primeira invasão, citando o número de radicais que haviam tomado o local em novembro de 2016. "Dessa vez não foi (sic) 56, não. Foi um milhão", disse, gritando. Não há números oficiais, mas antes dos protestos o governo calculava a presença de quatro mil pessoas nos atos deste ano.

Dentro da Câmara, o cabo mostrou dezenas de pessoas que o acompanharam na invasão ao prédio público e citou novamente a primeira invasão. "Dessa vez, dessa vez, vai", afirmou, rindo.

O cabo Correa tentou concorrer a deputado federal no Rio pelo PMN nas eleições de outubro. A candidatura foi indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A invasão ao plenário da Câmara, em 2016, não rendeu nenhum processo criminal aos 56 manifestantes que adentraram o local para defender a intervenção militar. O inquérito da Polícia Federal foi aberto em novembro daquele ano. A apuração durou seis dias e foi arquivada pela Justiça dois meses depois.

A invasão de 2016

Era 16 de novembro de 2016. O plenário da Casa estava praticamente vazio. No púlpito, o hoje bolsonarista Capitão Augusto (PL-SP) direcionava uma mensagem a eleitores de Ourinhos, no interior de São Paulo, quando foi interrompido por 56 pessoas que atropelaram a segurança e entraram no espaço restrito aos gritos, chegando ao plenário.

Os golpistas gritavam palavras de ordem dizendo que os militares retomariam o poder. Policiais legislativos foram agredidos pelos extremistas. Relembre como se deu a violência:

Nos depoimentos à época, o grupo disse que foi à Câmara procurar o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o então senador Magno Malta, também bolsonarista, para pedir golpe militar. Era uma quarta-feira, dia seguinte ao feriado da Proclamação da República. Os dois políticos não estavam no Congresso.

A PF investigou um único crime no inquérito, o de dano contra o patrimônio da União. A apuração durou seis dias e terminou em 21 de novembro de 2016 sem indiciamentos. Na Justiça Federal, o inquérito foi arquivado no início do ano seguinte, em 16 de janeiro de 2017.

Estadão
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