Facção teria gasto mais de R$ 1,2 milhão no plano para atacar Moro, segundo investigações
PF encontrou diversas informações relativas à contabilidade da quadrilha suspeita de planejar sequestrar e matar Sergio Moro
A Polícia Federal encontrou diversas informações relativas à contabilidade da quadrilha suspeita de planejar sequestrar e matar o senador Sérgio Moro (União-PR). Segundo o jornal O Globo, somando os diferentes valores registrados pelos criminosos, o total gasto com o plano foi de pelo menos R$ 1,2 milhão, com base no relatório elaborado pelo Grupo Especial de Investigações Sensíveis (Gise).
Segundo o jornal, os gastos constam na representação remetida à Justiça Federal. Esses dados foram encontrados em diferentes celulares e endereços de e-mail indicados por um ex-integrante da facção criminosa, que foi quem delatou o plano ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
Os aparelhos telefônicos e os e-mails estavam sendo monitorados pelos policiais federais com autorização judicial, mediante quebra do sigilo telemático.
"Não há dúvidas da aplicação dos valores oriundos do tráfico de drogas e da associação para o tráfico de drogas de Janeferson para o financiamento das atividades criminosas na cidade de Curitiba", aponta um dos trechos do relatório da PF divulgado pelo jornal O Globo.
Segundo a publicação, uma anotação no bloco de notas de um dos aparelhos mostra diversos gastos vinculados a "Tokio", apelido usado para se referir a Moro, conforme apontam os investigadores. A lista inclui R$ 50 mil de custos iniciais, R$ 12 mil com viagens, R$ 55 mil para comprar um carro, R$ 50 mil para aluguéis e manutenção e R$ 110 mil com um fuzil, além de outros gastos.
Já uma das contas de e-mail mostrava gastos com aluguéis de diferentes imóveis em Curitiba, no Paraná, cidade onde o ex-juiz e sua família moravam, incluindo a locação de um apartamento a R$ 10 mil, uma casa a R$ 6 mil e uma chácara a R$ 5 mil. Os suspeitos também investiram R$ 3,5 mil em móveis, R$ 1 mil em viagens, R$ 17,8 mil com carro e R$ 2 mil em alimentação e combustível.
Além disso, uma conta no WhatsApp apontou gastos em outubro que incluem R$ 500 com hotel, R$ 1 mil com TV, R$ 200 com gasolina e R$ 25 mil com um carro. Além de R$ 6,9 mil com passagem, R$ 620 com gasolina, R$ 2.040 com mercado, R$ 600 com uma bateria e R$ 200 com um corta-grama, por exemplo.
A conversa no WhatsApp onde foram encontrados esses custos era entre dois dos suspeitos. Um dos criminosos, conforme a PF, estava em Curitiba tanto na época do período eleitoral quanto nos últimos dias. Conforme apontam as investigações, uma das hipóteses que a quadrilha avaliou foi de executar o plano contra o ex-juiz no dia do primeiro turno. As investigações também mostraram que parte dos investigados desviou valores do plano para proveito próprio.
Um dos áudios obtidos pela PF, inclusive, mostra um homem reclamando de não ter recebido de um dos suspeitos o detalhamento de gastos no prazo combinado. De acordo com o jornal O Globo, o homem afirma haver uma cobrança da "financeira da Bolívia", o que, segundo os policiais, comprova que o dinheiro recebido pelos investigados é oriundo do tráfico de drogas".