Facebook tira do ar contas ligadas ao MBL antes das eleições
De acordo com a rede social, as páginas tinha 'propósito de gerar divisão e espalhar desinformação'
O Facebook retirou do ar nesta quarta-feira, 25, uma rede de páginas e contas ligadas a coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL) como parte da política de combate a notícias falsas. De acordo com a rede social, as contas faziam parte de uma rede coordenada que usava contas falsas no Facebook para disseminação de conteúdos sem deixar claro a origem da informação "com propósito de gerar divisão e espalhar desinformação".
Pelo comunicado, Facebook diz que desativou 196 páginas e 87 contas no Brasil por sua participação em "uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação". O comunicado não identifica as páginas ou usuários envolvidos.
O MBL disse, pelo Twitter, que o Facebook "já ligou para alguns coordenadores para oferecer conselhos de marketing e (que) agora excluiu esses mesmos coordenadores acusando-os de serem perfis falsos". De acordo com o movimento, o Facebook acaba de banir da plataforma diversos coordenadores "sem explicação nenhuma".
De acordo com a Reuters, fontes afirmam que a rede era administrada por membros "importantes" do MBL. O grupo ganhou destaque ao liderar protestos em 2016 pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff, cassada no mesmo ano. De acordo com a Reuters, os representantes do MBL não responderam as perguntas enviadas pela reportagem.
As páginas desativadas, que juntas tinham mais de meio milhão de seguidores, variavam de notícias sensacionalistas a temas políticos, com uma abordagem claramente conservadora, com nomes como Jornalivre e O Diário Nacional, de acordo com as fontes.
O Facebook tem enfrentado pressão para combater as contas falsas e outros tipos de perfis enganosos em sua rede. No ano passado, a empresa reconheceu que sua plataforma havia sido usada para o que chamou de "operações de informação" que usaram perfis falsos e outros métodos para influenciar a opinião pública durante a eleição norte-americana de 2016, e prometeu combater as fake news.
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/REUTERS