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Política

Falsificação em cartão de vacina de Bolsonaro pode ter ligação com tentativa de golpe, indica PF

Fraude de cartões de vacinação da covid-19 pode ter sido realizada como desdobramento da tentativa de golpe de Estado no País

19 mar 2024 - 15h25
(atualizado às 17h06)
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Resumo
Ex-presidente Jair Bolsonaro e 16 outras pessoas foram indiciadas por suspeita de fraude nos cartões de vacina contra a covid-19, cometidos em 2022, possivelmente em decorrência da tentativa de golpe de Estado no País.
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Foto: REUTERS/ Marco Bello

O relatório da Polícia Federal (PF), que resultou no indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, no caso da falsificação de cartões de vacinação da covid-19, indica que a fraude pode ter sido um desdobramento de uma tentativa de golpe de Estado no País, com o propósito de evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. As informações foram divulgadas pela TV Globo e corroboradas pelo Terra.

"O presente eixo [falsificação dos cartões] (...) pode ter sido utilizado pelo grupo para permitir que seus integrantes, após a tentativa inicial de golpe de Estado, pudessem ter à disposição os documentos necessários para cumprir eventuais requisitos legais para entrada e permanência no exterior (cartão de vacina), aguardando a conclusão dos atos relacionados à nova tentativa de Golpe de Estado que eclodiu no dia 08 de janeiro de 2023", afirma o relatório.

Além de Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens e tenente-coronel Mauro Cid e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) foram indiciados. Essa é a primeira das investigações da PF contra Bolsonaro que avança para a fase de indiciamento. Outras 14 pessoas foram indiciadas, entre servidores, médicos e militares, somando o total de 17 pessoas.

Ainda de acordo com o relatório, Mauro Cid admitiu, em depoimento, ter emitido certificados falsos de vacinação contra a covid-19 em nome do então presidente Jair Bolsonaro e de sua filha de 12 anos, em 2022. 

Segundo detalhes fornecidos no depoimento, que integra a delação premiada de Mauro Cid, foi Jair Bolsonaro quem ordenou a emissão desses documentos falsos. Cid também revelou que ambos os documentos foram impressos no Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República, e entregues pessoalmente a Bolsonaro.

"O presidente, após saber que o colaborador possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o colaborador fizesse para ele também", diz o relatório.

"O ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha, Laura Bolsonaro. (...) Que o colaborador [Mauro Cid] confirma que pediu os cartões do ex-presidente e sua filha Laura Bolsonaro sob determinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e que imprimiu os certificados".

Pela redes sociais, o advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, criticiou o vazamento da investigação. Embora a delação de Mauro Cid permaneça em sigilo, partes dela foram incorporadas pela Polícia Federal em um relatório que fundamentou o indiciamento de Bolsonaro, do próprio Mauro Cid e outras 15 pessoas por suspeita de fraude nos cartões de vacina.

"Vazamentos continuam aos montes ou melhor aos litros. É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial", afirmou Wajgarten.

O Terra tentou contato com o advogado de Cid, Mauro Cezar Bitencourt, mas até o momento não obteve retorno.

Fonte: Redação Terra
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