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Política

Família diz que médico de laudo falso de Marçal nunca trabalhou na capital

5 out 2024 - 15h54
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A família do médico José Roberto de Souza vai se reunir neste fim de semana para decidir sobre uma ação coletiva em resposta à utilização indevida do nome do hematologista e de seu registro profissional (CRM) na falsificação de um receituário médico divulgado por Pablo Marçal (PRTB). Marçal usou o documento falso para acusar Guilherme Boulos (PSOL) de consumo de drogas.

A filha de José Roberto, a médica Aline Garcia de Souza, declarou ao Estadão/Broadcast que seu pai nunca atendeu na capital paulista, mas sim nas regiões de Campinas e Hortolândia, no interior de São Paulo. No documento divulgado pelo candidato do PRTB consta o endereço da Mais Consulta Clínica Médica, no bairro Jabaquara, na zona sul.

Aline classificou o uso do nome do pai, que faleceu em 2022, como "absurdo" e afirmou que a família já procurou um advogado para adotar medidas legais contra Marçal e a clínica envolvida.

"Vamos nos pronunciar sobre o laudo", disse Aline, quando questionada sobre uma ação conjunta da família. A irmã dela, Carla Maria de Oliveira e Souza, confirmou ao jornal O Globo a intenção de processar Marçal. Aline reforçou que a família vai se reunir para definir a ação coletiva. "O que foi feito é um crime", disse.

Aline também relatou que viu o laudo falso e que a assinatura presente no documento não pertence ao seu pai. Como mostrou o Estadão/Broadcast, a assinatura no receituário difere da que consta em documentos oficiais de José Roberto, como sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A assinatura é apenas uma das várias inconsistências no laudo divulgado por Marçal.

Além disso, o número do RG de Boulos no documento está incorreto, com um dígito a mais. Outro ponto revelado é a relação de proximidade entre Luiz Teixeira da Silva Junior, sócio da clínica onde o candidato do PSOL supostamente foi atendido, e Marçal. Teixeira já fez ao menos três publicações ao lado do influenciador nas redes sociais e foi condenado a dois anos e quatro meses de prisão por falsificação de documentos, incluindo um diploma de medicina.

No dia indicado no prontuário, 19 de janeiro de 2021, Boulos fez uma transmissão ao vivo sobre vacinas, e no dia seguinte participou de uma ação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na comunidade do Vietnã, zona sul de São Paulo.

Estadão
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